quinta-feira, 31 de agosto de 2023

A longevidade é um dos seus sonhos? A interação humana é fundamental

Continuação da postagem anterior... A sociedade moderna exige, como uma das mais importantes características humanas, o desenvolvimento da habilidade de estabelecer relações entre as pessoas ou a capacidade de interagir com indivíduos diferentes em diferentes situações. Ainda me lembro dos mais antigos dizerem-me para não conversar com pessoas que não conheça. Em princípio, todo o desconhecido era “perigoso.” Esses critérios mudaram. Estabelecer e gerenciar relações entre as pessoas necessita de um conhecimento prático bastante amplo, de preferência produto de um preparo iniciado muito cedo, uma vez que as opções para resolver problemas sempre incluem as relações humanas. Os idosos que têm facilidades para fazer amigos, trabalhar com grupos ou liderar equipes são privilegiados na velhice. Começa-se sempre pela aceitação das diferenças e a compreensão das características individuais menos comuns. As boas relações entre os indivíduos é um recurso que deve ser desenvolvido por nós, os velhos, para permitir que continuemos a fazer parte da comunidade dos seres saudáveis. Hoje, ter amigos é essencial por ser um fator que garante a vida sem solidão. Não sei quem disse, mas eu concordo: “gente precisa de gente”. Não espere que os outros tomem iniciativas, tome-as você: organize oportunidades para lanches, jantares, passeios, diversões, viagens, caminhadas, atividades físicas, conversas presenciais ou a distância, eventos musicais, teatros, cinema e outras oportunidades similares. Use todos os meios de comunicação, aproveite a tecnologia moderna e as redes sociais, mantenha contatos frequentes com os conhecidos e resgate velhos amigos, já distantes. Não desanime se alguns rejeitarem suas iniciativas, é natural; nem todos são iguais. Aceite as diferenças entre as pessoas, a diversidade é uma característica própria de todos os tipos de seres vivos; não há duas flores iguais. Desenvolva a comunicação para facilitar a interação humana. Um dos primeiros passos é a “escuta ativa” ou a capacidade de ouvir com atenção e tentar compreender perfeitamente as palavras do outro, as ditas e as não ditas. Todos precisam de ser escutados. Seja um ouvido importante para seus amigos. O escutar consciente já é uma grande ajuda e uma importante interação. Pense no que vai responder para que o outro se sinta acolhido, aceito e compreendido, mas não concorde por gentileza. Se não souber, não diga nada. Procure não julgar, procure compreender e acolher as opiniões diferentes. Respeito pelo outro é indispensável. Não se esqueça que apontar os fatores positivos é mais elucidativo e produz resultados mais importantes do que descrever defeitos, falhas ou erros. Um elogio sincero é uma arma poderosa para receber aceitação. Continua na próxima postagem...

sábado, 19 de agosto de 2023

A longevidade é um dos seus sonhos? Analisar informações pode ajudar muito

Continuação da postagem anterior... Outro recurso a desenvolver para tornar a longevidade mais fácil é a capacidade de observação de experiências similares. Passei a vida a conviver com outras pessoas e consegui refletir sobre as vivências dos mais velhos. Não podemos esquecer que a nossa herança genética pode esclarecer muitas das nossas características. Conhecer a nossa história é coletar informações preciosas sobre nós próprios. Essas informações foram importantíssimas para me ajudarem a planejar e viver as várias fases do meu amadurecimento. Pare, tente lembrar-se do que aconteceu com seus ascendentes e reflita sobre a possibilidade de lhe acontecer o mesmo. Com a velocidade da mudança na vida atual, muitas coisas mudarão e nós precisamos saber como não nos perdermos nesse “rebuliço”. É preciso trazer essa sabedoria para a nossa consciência e colocá-la na base do planejamento de nossa vida. Ela ajuda-nos a relacionar a genética que herdamos e a pessoa que somos com as condições que encontramos em cada etapa da velhice. Fui privilegiada porque conheci meus avós paternos e maternos e duas bisavós maternas. Convivi com esses queridos ascendentes, ouvi-os com atenção e aprendi muito. Aos poucos fui recordando suas palavras e valores, suas formas de viver, suas maneiras de fazer e suas opiniões e conselhos. Esse acervo herdado até hoje faz parte das informações que servem de base para algumas decisões que tomo. Uma das minhas avós morreu com o mesmo problema que sua neta e sua bisneta. Havia tendência familiar para aquele problema de saúde. E suas tendências, quais são? Também pode ser de grande auxílio a colheita de informações, atuais e passadas, sobre o nosso entorno, o nosso país e o nosso mundo. Estar atualizado sobre nós, o nosso ambiente, a nossa gente e nosso espaço no mundo exige um grande exercício de leitura, de observação e interação com outras pessoas. Conhecer as tendências, as análises dos especialistas, as novas ideias, valores e estratégias enriquecem substancialmente o acervo de soluções adequadas para problemas possíveis. Quanto mais informações obtivermos e assimilarmos, maiores probabilidades de tomar decisões corretas, que promovam o nosso bem estar e previnam graves dificuldades. Nós, os velhos, também temos dificuldade em tomar certas decisões. O mundo mudou e nós mudamos, portanto, as soluções devem ser reavaliadas e alteradas quando necessário. A estagnação, na maioria das vezes, é prejudicial e pode nos causar dificuldades muito grandes. Continua na próxima postagem...

quinta-feira, 10 de agosto de 2023

A longevidade é um dos seus sonhos? A previsão é um recurso indispensável

Continuação da postagem anterior... Não podemos perder a luta. Vamos estudar as “armas” para continuar a ter uma vida agradável. Percebi que existem recursos pessoais, a serem desenvolvidos, que são imprescindíveis para tornar a nossa longevidade mais agradável e desejável. São eles a) a autoconsciência da nossa realidade presente, incluindo dinheiro, e aquela que podemos prever, b) a obtenção de informações incluindo a observação de experiências de antepassados, c) o desenvolvimento de boas condições de comunicação e interação com os outros, d) a criatividade e flexibilidade para aceitar e procurar novas soluções. A autoconsciência da vida presente e daquela que pode ser prevista é básica e prioritária. Isso inclui o auto cuidado. Temos que nos perceber e conhecer as nossas reais condições financeiras, sociais, familiares, de saúde e de capacidade, física e mental, para enfrentar as dificuldades do futuro. Há pouco tempo li, numa reportagem, que os jovens atuais não estão investindo na velhice, não estão preocupados com o futuro e não procuram informações sobre o possível futuro que os espera. Qual o motivo que explica essa postura? Como os podemos preparar, agora, para terem uma visão mais clara e ampliada daquilo que os espera? Um dia fui renovar um documento que exigia uma foto atualizada. Com um sorriso simpático, a atendente mostrou-me a foto antiga e disse “olhe, não vai ficar igual a esta!”. Imediatamente, eu entrei na brincadeira e respondi “tem razão, nunca mais nada será igual; nem plástica, nem santo milagreiro fariam o tempo voltar.” Essa resposta deixou claro que eu não espero fantasias nem acontecimentos impossíveis. Eu encaro a realidade e convivo bem com ela. Quanto maior a clareza dessa autoconsciência, mais precisas e bem sucedidas serão nossas iniciativas. O sucesso desse trabalho de planejamento depende de tempo, consequentemente, quanto mais cedo o começarmos, melhores resultados podem ser esperados. A prevenção é uma palavra que indica claramente a modernidade. A atenção às tendências mundiais e locais pode levar-nos a previsões mais realistas. Quantas pessoas conhecemos que sonham com mundos passados já não existentes, que esperam que outros venham atender às suas vulnerabilidades, que os entes celestiais façam os milagres adequados, que as nossas condições atuais não vão ser alteradas etc. Atenção, somos nós os responsáveis pela nossa vida e pelo nosso futuro. Se delegarmos essa responsabilidade corremos o risco de resultados inadequados e desagradáveis. Já ouvi muitas histórias tristes. Vi amigos a passarem antecipadamente todos os seus bens para os herdeiros ou indivíduos de confiança e acabarem na miséria, conheci pessoas que doaram seus bens para instituições e acabaram ficando na rua e conheci outros que acreditaram em mágicas e sonhos e acabaram sem nada. Continua na próxima postagem...

quinta-feira, 3 de agosto de 2023

A longevidade é um dos seus sonhos? Mais custos incorporados

Continuação da postagem anterior... Nos últimos tempos, alguns conhecidos meus e eu temos discutido dois “custos” importantes que a longa vida exige. É precisar de “muito dinheiro” e “muito tempo” para ultrapassar e minimizar as dificuldades ocasionadas pela idade avançada. O envelhecimento precisa de uma infraestrutura e apoios bastante caros. A saúde vai, a cada ano que passa, exigir mais cuidados, mais médicos, mais hospitalizações, mais tratamentos especiais, mais exames, mais remédios e mais profissionais especializados para um atendimento adequado. A alternativa são os planos de saúde, cada vez mais caros. Simultaneamente, exige mais tempo para fazer tudo isso. A falta de mobilidade e a necessidade de auxílio cotidianas são crescentes exigindo alterações estruturais nas residências, maiores redes de apoio e mais pessoas para ajudar ou prestar serviços para manter as rotinas de subsistência e o conforto da qualidade de vida. A própria manutenção da vida social fica mais difícil e só se torna viável com maiores despesas que permitam a manutenção dos contatos dos amigos e familiares. O gerenciamento dessa questão exige um tempo adicional que deverá ser introduzido nos custos da longevidade. Todas as nossas iniciativas, diversões, rotinas, trabalhos, precisam de mais dinheiro e mais tempo disponível, tudo é mais caro, mais demorado e mais difícil. O que fazíamos em alguns minutos, agora, levamos uma ou duas horas. Gerenciar todos esses adicionais com um cérebro mais lento, demora mais tempo. As modernizações da vida cotidiana também estão constantemente a necessitar de novas aprendizagens e, estas, precisam de tempo e dinheiro. O mundo muda constantemente, cada vez com maior velocidade e as alterações são tantas que as minhas experiências antigas vão perdendo o sentido e a sabedoria que a vida me proporcionou vai sendo cada vez mais inútil. De repente, acordo e percebo que estou “num outro planeta”. Imagino que corremos o risco de não compreendermos o mundo de nossos netos ou bisnetos, de não sermos capazes de interagir com as gerações futuras e de não termos mais afinidades, gostos, valores, conhecimentos, sonhos etc., que nos possam aproximar. Será que conseguirei conversar com meus bisnetos? Sobre que assuntos? Com quem vamos trocar lembranças ou comentar as mudanças se não existem contemporâneos? Tenho que fazer algo para minimizar esse distanciamento, para não ser empurrada para a completa solidão. Em síntese, a velhice também tem muitas realidades difíceis, que, se não forem reconhecidas e previstas com antecedência, podem-se tornar surpresas muito infelizes. No entanto, existem alguns potenciais pessoais que podemos desenvolver para minimizar essas dificuldades. São esses recursos que nos permitirão, talvez, ter uma vida agradável, mesmo com muita idade. Continua na próxima postagem...