quinta-feira, 3 de agosto de 2023
A longevidade é um dos seus sonhos? Mais custos incorporados
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Nos últimos tempos, alguns conhecidos meus e eu temos discutido dois “custos” importantes que a longa vida exige. É precisar de “muito dinheiro” e “muito tempo” para ultrapassar e minimizar as dificuldades ocasionadas pela idade avançada.
O envelhecimento precisa de uma infraestrutura e apoios bastante caros. A saúde vai, a cada ano que passa, exigir mais cuidados, mais médicos, mais hospitalizações, mais tratamentos especiais, mais exames, mais remédios e mais profissionais especializados para um atendimento adequado. A alternativa são os planos de saúde, cada vez mais caros. Simultaneamente, exige mais tempo para fazer tudo isso.
A falta de mobilidade e a necessidade de auxílio cotidianas são crescentes exigindo alterações estruturais nas residências, maiores redes de apoio e mais pessoas para ajudar ou prestar serviços para manter as rotinas de subsistência e o conforto da qualidade de vida. A própria manutenção da vida social fica mais difícil e só se torna viável com maiores despesas que permitam a manutenção dos contatos dos amigos e familiares. O gerenciamento dessa questão exige um tempo adicional que deverá ser introduzido nos custos da longevidade.
Todas as nossas iniciativas, diversões, rotinas, trabalhos, precisam de mais dinheiro e mais tempo disponível, tudo é mais caro, mais demorado e mais difícil. O que fazíamos em alguns minutos, agora, levamos uma ou duas horas. Gerenciar todos esses adicionais com um cérebro mais lento, demora mais tempo. As modernizações da vida cotidiana também estão constantemente a necessitar de novas aprendizagens e, estas, precisam de tempo e dinheiro.
O mundo muda constantemente, cada vez com maior velocidade e as alterações são tantas que as minhas experiências antigas vão perdendo o sentido e a sabedoria que a vida me proporcionou vai sendo cada vez mais inútil. De repente, acordo e percebo que estou “num outro planeta”. Imagino que corremos o risco de não compreendermos o mundo de nossos netos ou bisnetos, de não sermos capazes de interagir com as gerações futuras e de não termos mais afinidades, gostos, valores, conhecimentos, sonhos etc., que nos possam aproximar. Será que conseguirei conversar com meus bisnetos? Sobre que assuntos? Com quem vamos trocar lembranças ou comentar as mudanças se não existem contemporâneos?
Tenho que fazer algo para minimizar esse distanciamento, para não ser empurrada para a completa solidão.
Em síntese, a velhice também tem muitas realidades difíceis, que, se não forem reconhecidas e previstas com antecedência, podem-se tornar surpresas muito infelizes.
No entanto, existem alguns potenciais pessoais que podemos desenvolver para minimizar essas dificuldades. São esses recursos que nos permitirão, talvez, ter uma vida agradável, mesmo com muita idade.
Continua na próxima postagem...