quinta-feira, 26 de março de 2020

Ingestão de alimentos: quais e em que quantidade? (I)

Composição com uma travessa de prata do Séc. XX, dois pratos Companhia das Índias e  talheres de prata e marfim do Séc. XIX
Não é fácil fazer a lista do supermercado. As maiores questões são “o que comprar” e “quanto comprar”. Para ajudar os indivíduos leigos, a partir de dados científicos, os especialistas compuseram quadros e gráficos que tentam servir de guias sobre os grupos de alimentos mais importantes e suas porções diárias.
            Como a “muita idade” tem suas necessidades específicas, é necessário um guia alimentar apropriado que contemple essas particularidades.
            O mais conhecido e atualizado é a “Pirâmide Alimentar”, adaptada para os idosos brasileiros por nutricionistas da Universidade de São Paulo a partir de um modelo americano e que serve de apoio ao Ministério da Saúde para elaboração das diretrizes alimentares para a população.
            Essa pirâmide é composta por vários níveis. O primeiro, na base da pirâmide, é dedicado ao estímulo aos exercícios físicos, aos esportes e ao controle do peso indicando a interação entre a vida saudável e esses pilares da saúde. Os grupos alimentares constituintes dos demais níveis são:
- Água e líquidos. Insumo essencial à saúde do indivíduo de muita idade, uma vez que 50% do peso de seu corpo é constituído por água. Todos os tecidos e funções dependem da água, portanto, é um ingrediente vital. O Ministério da Saúde recomenda a ingestão de 3,7 litros de líquidos por dia para homens acima de 51 anos e 2,7 litros para mulheres, ou seja, de 6 a 8 (ou mais) copos diários, incluindo todos os alimentos. O intervalo entre as refeições é o momento mais indicado para seu consumo.
            A hidratação deficiente no idoso pode ser ocasionada, não só por ingestão deficiente, mas pelo uso de determinados medicamentos, menor sensação de sede, dificuldades de locomoção e dependência física, alterações na função renal, presença de febre ou diarreia, ambiente muito quente ou prática de exercícios. Qualquer sinal de desidratação, tal como boca seca, fezes endurecidas ou constipação intestinal, pouca urina, tontura ou confusão mental deve ser rapidamente atendida. A rapidez da intervenção é fundamental. Quando citamos líquidos estamos incluindo sopas, sucos, água, mingaus, leite e os demais alimentos sob a forma líquida.
- Cereais, pães, farinhas. Para os idosos é recomendada a ingestão de seis porções de cereais, preferencialmente, integrais, como pães integrais, arroz integral, macarrão com farinha integral e outros. Todas as refeições devem conter alimentos deste grupo. São muito importantes para o ser humano uma vez que são os alimentos responsáveis pela energia necessária ao funcionamento e atividade orgânicos. O corpo funciona movido pela energia proveniente desses alimentos, incluindo a produção e manutenção do calor.
- Óleos vegetais saudáveis. Também devem ser ingeridos em quantidades moderadas porque também são alimentos que podem gerar energia e permitem a assimilação de algumas vitaminas necessárias ao organismo.
- Legumes, verduras e frutas. Compõem um grupo de alimentos fundamentais. O Brasil é um país privilegiado porque produz uma grande variedade destes alimentos, portadores de vitaminas, sais minerais, fibras e antioxidantes. São chamados alimentos funcionais. Quanto maior a variedade ingerida maior é a variedade de nutrientes que garantem a capacidade do corpo humano de realizar suas funções. O Ministério da Saúde aconselha a ingestão de, pelo menos, três porções de legumes e verduras e três porções de frutas. Os resultados das pesquisas científicas têm mostrado uma estreita relação da renda familiar e o nível de escolaridade e o consumo deste grupo alimentar. Quanto maior o nível socioeconômico, maior são os gastos alimentares das famílias com frutas e hortaliças. São destacadas as folhagens de cor verde escuras como couve, espinafre e outras. Há evidências, também, que os idosos tendem, com o avanço da idade, a ingerir mais frutas e legumes o que é positivo.
Continua na próxima postagem..........

terça-feira, 24 de março de 2020

Os idosos são teimosos? Como fazer?



Meus queridos leitores e adultos de qualquer idade
         Em relação à pandemia da Covid-19 (coronavirus) tenho ouvido dizer, com frequência, que os idosos são teimosos, não obedecem e não colaboram. Queria lembrar a todos que os idosos estão há muitos e muitos anos a decidir o que querem ou devem fazer e a terem sucesso nessas decisões. Eles, são os indivíduos que foram capazes de sobreviver a todas as dificuldades, desastres, bloqueios, amarguras, infelicidades, tragédias e perigos durante toda a sua vida; salvaram-se a si e à sua família porque tomaram as decisões corretas, durante anos e anos. Por isso, eles acreditam na força das suas maneiras de fazer.
         Eles não são teimosos, eles, simplesmente não são capazes de, com a rapidez que está sendo exigida, atualmente, processar as informações, assimilar os novos conhecimentos e alterar todas as rotinas, hábitos e maneiras de agir enraizadas em seus cérebros. Seus cérebros estão condicionados, e menos flexíveis e é este condicionamento cerebral que os impede de aceitar alterações rápidas de comportamento. Alguns deles estão atordoados com tantas informações, ora verdadeiras, ora falsas, ora incompreensíveis, ora apavorantes. O medo se instala com rapidez e o mais fácil é negar, pensar que todos estão loucos, que falta tranquilidade e sensatez nos outros. Muitos nem chegam a compreender todas estas iniciativas que as lideranças governamentais estão tomando e todo o espalhafatoso aparato que esta pandemia está exigindo. Instala-se, muitas vezes, o pavor, o pânico.
         Eu estou nesse grupo, tenho 78 anos, moro sózinha, cada informação que recebo sinto como uma pancada, tenho que parar, refletir e pensar. Tenho que perguntar muitas coisas para outras pessoas. Levo mais tempo a responder 10 vezes por dia, às perguntas que faço a mim mesma: E, agora? O que posso fazer? Como me comportar? Como agir?
         Se os mais novos compreenderem estes aspectos poderão ajudar os seus queridos e amigos idosos e contribuir com a vitória esperada por todos. Eles precisam de ajuda para pensar.
         É necessário que expliquem aos idosos com tranquilidade, carinho e muita paciência que estamos enfrentando uma guerra universal contra um inimigo desconhecido que pode matar muita gente. Tem que ser muitas vezes repetida a ideia de que só temos alguma chance de vitória se fugirmos e nos esconder do inimigo, nos isolando de todas as pessoas que podem estar com ele nas mãos e nas superfícies em que tocam. A casa é o nosso maior refúgio. E, se não colaborarem colocam a vida de muitas pessoas em risco, inclusive seus descendentes, amores, conhecidos e amigos. Só com o isolamento e a união poderemos ultrapassar esta tragédia. Eles precisam dar o exemplo e ajudar a comunidade. Precisamos deles para isso.
         Os mais novos devem ajudar pacientemente o idoso a planejar sua vida, suas novas rotinas, seus novos entretenimentos e seus novos cuidados para a saúde, nos mínimos detalhes. Lembrar de selecionar as informações, usar técnicas de relaxamento, utilizar horários alternativos, reduzir o sedentarismo, aceitar alimentos diferentes, valorizar a hidratação e fortalecer a imunidade.
         Para o mais novo é muito mais fácil mudar, aperfeiçoar a generosidade, usar de criatividade, aceitar as diferenças e adequar as atitudes ao novo mundo que está surgindo. E tem que escutar os mais velhos, tem que respeitar suas considerações, sua inteligência, sua experiência e seu conhecimento, tem que lhes demonstrar amor, interesse e companheirismo. Eles também podem ter boas ideias. Os mais novos têm também que fazer o esforço necessário, fazer a sua parte e lembrar que impaciência e irritação são sentidas pelo idoso como violência. Não podem esquecer que brincadeiras, gozações e piadas só são éticas e adequadas quando os dois lados se divertem; caso contrário podem machucar.
         Eu preciso de compreensão, respeito e carinho; e não de autoritarismo e arrogância.
         No final, vamos todos aprender muito e, talvez, nos tornarmos melhores.

sexta-feira, 20 de março de 2020

Suco multivitamínico

ROMA é minha assistente pessoal; é uma metamorfose da minha personalidade. Pode-se dizer que é um "avatar". Seu perfil e suas tarefas podem ser encontradas em "Quem somos".

É também chamado “suco verde, vermelho, amarelo ou laranja” dependendo dos ingredientes. É um líquido preparado no liquidificador, com frutas, legumes, vegetais, suco de frutas e aveia. Hidrata e alimenta.
            É uma alternativa para as pessoas que comem poucas fontes de vitaminas e sais minerais, indispensáveis à saúde dos indivíduos e especialmente daqueles de muita idade. É fácil, pode ser tomado a qualquer hora do dia, complementa uma refeição ou um lanche e é barato.
            Há 3 conselhos importantes na sua elaboração:
- Fazer esse suco para ser usado, no máximo, no dia do preparo e no dia seguinte. Após mais tempo, já foram perdidos muitos nutrientes.
- A escolha e a higiene dos ingredientes devem ser rigorosas porque vai ser ingerido cru. Aconselha-se a sua desinfecção com os preparados que se encontram à venda nos supermercados.
- A variedade dos ingredientes é indispensável para que o organismo receba o maior número de vitaminas e sais minerais possíveis. A variedade dos elementos deve ser respeitada, não só dentro de cada porção, como em cada vez que se faz o suco. Não há receita pronta.
            Os ingredientes constantes são: um pouco de açúcar, ou adoçante, para melhorar o paladar, e aveia, para compensar a fibra que é perdida no processamento. Além disso, deve-se incluir sempre 1 ou 2 tipos diferentes de folhas cruas (alface, couve, repolho, acelga, espinafre, rúcula, agrião, folha de beterraba, etc.), 1 ou 2 tipos de raízes cruas (inhame, alho-poró, nabo, beterraba, cenoura, etc.), 1 ou 2 tipos de frutas (banana, mamão, manga, abacaxi, morangos, abacate, pera, maçã, etc.) e 1 ou 2 copos de suco de fruta para liquefazer o produto final.
            Esta ideia surgiu de alguma mãe que queria dar boa alimentação às crianças que tinham dificuldade de comer saladas. Tem sido usada por todas as pessoas de todas as idades e, a nossa experiência pessoal nos diz que é um excelente recurso para complementar a alimentação e a hidratação dos indivíduos de muita idade. O fortalecimento da imunidade na muita idade é fundamental uma vez que todas as funções tendem a tornarem-se lentas e fracas.