quinta-feira, 16 de maio de 2024

O estresse não é amigo do idoso – Parte I

No período inicial da pandemia de COVID-19, numa manhã, eu estava tranquilamente sentada no escritório, quando comecei a sentir um zumbido no ouvido, senti-me enjoada, a cabeça rodando e o corpo desiquilibrado. Fiquei em pânico. Resolvi levantar-me e andar agarrada às paredes até ao quanto para deitar-me e não cair. Vomitei o que podia e o que não podia. Consegui dormir por cerca de uma hora e acordei melhor. Fui ao médico que diagnosticou estresse. Um mês depois, comecei a sentir um mal-estar intenso, mas mal definido e fui ao pronto socorro onde o médico aconselhou-me a desligar a televisão, tomar chá de camomila, tomar muitos líquidos e alimentação à base de frutas e verduras porque eu estava com estresse. Fiquei boa em pouco tempo. O que se chama estresse é um estado do organismo proveniente de uma grande descarga de adrenalina (hormônio das glândulas suprarrenais) que prepara o corpo e a mente para enfrentar um risco ameaçador à sobrevivência, fugindo, lutando ou defendendo-se. Sempre que o cérebro humano percebe um perigo as glândulas suprarrenais reagem rapidamente, produzindo e liberando no sangue esse hormônio. Esse hormônio tem a capacidade de colocar o organismo em “alta tensão” para preparar-se para a luta. É uma reação biológica que permite a adaptação do ser humano a situações novas, mas provoca alterações emocionais e físicas com grande desgaste. Depois, o corpo volta à normalidade. Quando a tensão dura muito tempo ou é maior do que a capacidade do organismo de aguentar, instala-se o estresse. Segundo a literatura, no começo do século XX, o médico austríaco, Hans Seyle, descobridor desse estado ou condição, utilizou o termo “stress” que significa na engenharia “o peso que uma ponte suporta até que se parta”. Esse preparo do corpo para o enfrentamento é caracterizado por um aumento da pressão arterial, taquicardia (batimentos rápidos do coração), deixa os músculos tensos, a boca seca, as mãos frias e úmidas, a pupila dilatada, o pensamento mais ágil e os reflexos mais rápidos. Essa situação exige muita energia e desgasta o organismo rapidamente. Cada pessoa percebe o estado de estresse de uma forma diferente: sente dor de cabeça, dor nos ombros, vermelhidão na pele, dificuldade para dormir, dificuldade para relaxar e descansar, ansiedade, nervosismo, inquietação, irritação, etc. Como o indivíduo com muita idade é mais vulnerável e mais frágil, o estrago pelo estresse é muito maior e sua resistência à pressão é muito menor. Qualquer problema menos grave, qualquer contrariedade ou dificuldade pode dar origem a uma crise de estresse. Continua na próxima postagem...