quinta-feira, 23 de maio de 2024

O estresse não é amigo do idoso – Parte II

Continuação da postagem anterior... Os episódios de estresse, chamados de agudos, são intensos, mas de curta duração. Em geral, são provenientes de traumas, como morte de amigos ou familiares, eventos frustrantes, desilusões, fracassos e outros similares. Na vida cotidiana também podemos ser vítimas de programas televisivos estressantes, reclamações constantes, fazer muitas coisas ao mesmo tempo, ignorar suas dores e necessidades, etc. Também ocorrem os estresses de longa duração, constantes no dia a dia, talvez mais suaves, conhecidos por estresses crônicos, mas devido à sua duração longa, podem prejudicar profundamente o indivíduo. Como por exemplo, os abusos emocionais tipo “bullying”, a violência frequente, acontecimentos desagradáveis como ser vítima de assaltos, sequestros, roubos, trabalhar diariamente em atividades desagradáveis, e outros traumas similares. As causas internas são frequentemente causas de estresses crônicos, como, por exemplo, valores pessoais muito rígidos, mágoas antigas, altas expectativas ou dificuldades em dizer não. Tanto os estresses curtos como os crônicos podem causar enormes prejuízos nos seres humanos, dependendo da resposta de cada pessoa, nível de maturidade e seus níveis pessoais de resistência, condições sociais de apoio, e as circunstâncias em que o trauma aconteceu. Os estresses traumáticos, quando não tratados, podem ocasionar muitos estragos, incluindo doenças gastrointestinais, circulatórias, cardíacas, úlceras, tonturas, cansaço excessivo, hipersensibilidade emotiva, e outras. O diagnóstico e as medicações só podem ser indicados por médicos porque é muito difícil o diagnóstico devido à pouca especificidade dos sintomas. Podem, também, terem impacto no desenvolvimento psíquico das crianças, impactos psicológicos tais como inseguranças, baixa autoestima, dificuldades em estabelecer interações e relacionamentos pessoais e outros. Desde o começo do século XX os cientistas estão a trabalhar para conhecer as características do estresse, suas causas, seus mecanismos de ação, os impactos dos episódios de estrese, a prevenção, o controle e, finalmente, os tratamentos físicos e psicológicos. Mas, ainda há muito o que saber, principalmente, nas pessoas idosas. As últimas pesquisas sobre a longevidade humana têm demonstrado que não “controlar os níveis de estresse” aumenta em 20% os riscos de morte precoce. É tão impactante na expectativa de vida quanto o “não consumir álcool compulsivamente” e “ter uma dieta saudável e equilibrada”. A tendência, portanto, é o controle e a prevenção desse fator. O primeiro passo do controle e da prevenção é o autoconhecimento para identificar, em si próprio, os sintomas que caracterizam o estado de estresse. Agora, aos 82 anos, quando eu sinto um mal-estar geral e indefinido, estou tensa, sinto dores de estomago ou musculares, nervosa, preocupada com algo ou tenho episódios de desiquilíbrio ou tonturas, levanto a hipótese de estar estressada e começo a tomar as iniciativas para relaxar. Continua na próxima postagem...