segunda-feira, 18 de março de 2024
Uma companheira da velhice: a insegurança - Parte II
Continuação da postagem anterior
Até a andar sinto mais insegurança apesar dos músculos estarem bem treinados com exercícios diários. Outro dia, durante uma caminhada, ao dar uma volta, meu corpo se inclinou, involuntariamente e raspei a perna em um muro. Não segurei o corpo e não mantive o controle do andar. Fui para casa, lavei tudo com água e sabão e continuei o meu exercício. Que esquisito! Que andar inseguro!
Tarefas mais complexas como atender os compromissos bancários, fazer transações financeiras ou fazer as declarações de imposto de renda já são encaradas com maior cuidado e apelo para várias revisões a fim de impedir enganos, esquecimentos e outros erros. Enquanto não tenho certeza que não há falhas não dou por terminada a tarefa. Mesmo assim, peço para alguém capacitado revisar e aceito, com facilidade, a correção de algum erro. Se essas tarefas envolvem o uso de tecnologia moderna, instala-se um nível de insegurança maior.
A própria redação destes textos é realizada com os maiores cuidados, revisados detalhadamente várias vezes e peço a amigos capazes para corrigirem qualquer engano ou deficiência. A insegurança tornou-se uma companheira cada vez mais presente. Mas não me dou por vencida; luto para não me entregar, para não me afastar da vida e do mundo.
Encaro a insegurança; estudo se ela tem um motivo real, admissível, ou racional. Se não vejo uma causa concreta, encaro o desafio e vou. Se me deixo vencer por ela, estou prejudicando meu cérebro e estimulando a minha degradação. Qualquer desistência é um passo para trás. Até agora, consigo ir para a frente e enfrentar essa sensação de que “não sou capaz” de fazer o que sempre fiz. Mas, estou sempre a desejar que a coragem não me falte.
Eu sempre fui uma mulher muito segura e, até certo ponto, ainda sou ou tento ser. Acredito, que para os homens, os problemas de falta de segurança nos vários papéis que eles desempenham no mundo, também os incomoda, mesmo que em aspectos e intensidades diferentes. Acredito que os anos vão aumentando os problemas e tento achar soluções mais adequadas e aceitar as dificuldades intransponíveis. A atitude de enfrentamento, a ajuda dos outros e a contratação de profissionais especializados São, por enquanto, as soluções mais adequadas.