quinta-feira, 23 de novembro de 2023
Alguns mitos e verdades sobre o cérebro – Parte III
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7) Jogar videogame, damas, memória e cartas, por exemplo, aumenta o Quociente de Inteligência (QI).
“Jogos com atividades mentais estimulam o raciocínio, a concentração, a estratégia e a memorização. Muitos trabalhos conseguiram elevação de QI com aplicação seriada dessas modalidades”, assegura o neurologista Leandro Teles. Antonio Salles, chefe do Centro de Neurociências do Hospital do Coração, assina embaixo e afirma que a capacidade de integrar conhecimentos está relacionada à atividade constante da rede neural. “O processo é semelhante ao que acontece com os músculos: eles se tornam mais capazes e ativos quando exercitados. Da mesma forma, o treino mental aumenta nossa habilidade intelectual”.
8) Algumas pessoas têm áreas do cérebro mais desenvolvidas.
Os seres humanos são cognitivamente diferentes e, portanto, as áreas se desenvolvem particularmente em cada um. “Há sujeitos excelentes em matemática, outros são criativos, há os que se destacam na liderança ou no domínio da linguagem, e assim por diante. Os cérebros mostram sempre alguma individualidade que deveria ser explorada no encaixe profissional e no desenvolvimento individual”, sugere o neurologista Leandro Teles. Exemplo: quando aprendemos uma segunda língua, o córtex cerebral na região vizinha à língua mãe é recrutado para sediar as atividades neurais que expressarão e entenderão o novo aprendizado, aumentando assim a área da palavra. A isso se chama neuroplasticidade. “Estudos sugerem que a rede sináptica é dinâmica durante todo o curso da vida. Assim, redes que não são estimuladas tendem a empobrecer e atrofiar. Por outro lado, as que são amplamente empregadas se hipertrofiam, ou seja, há novas conexões com outros neurônios e ligações mais robustas entre as partes do cérebro envolvidas no processamento da tarefa específica. Por isso, é importante usar o cérebro incansavelmente”, explica a neurocientista Alessandra Gorgulho.
9) Viver sob tensão é meio caminho andado para perder memória.
Tensão, ansiedade, estresse e sobrecarga de afazeres são grandes inimigos da memória. Tal capacidade não é uma função mas, sim, um processo. “É fundamental perceber o estímulo, atentar para ele, atribuir um grau de importância, memorizá-lo, criar um rastro para encontrá-lo. Em outras palavras, trata-se de um mecanismo sequencial e sensível a muitos ruídos. A tensão reduz o foco, a concentração e altera o sistema logo no começo”, adverte o neurologista Leandro Teles. Um estudo realizado em 1996 na Universidade de Trier, na Alemanha, submeteu 13 indivíduos a um teste de estresse em que seriam medidos seus níveis de corticoides (hormônio produzido pela glândula suprarrenal em situações de nervosismo). Os participantes que exibiram os níveis mais altos de corticoide obtiveram os piores resultados no teste de memória.
10) Os bebês desligam as conexões neurais que não utilizam.
Eles apresentam um sistema nervoso em franco desenvolvimento. O amadurecimento cerebral depende da carga genética, da nutrição e dos estímulos externos. Se privarmos o pequeno de luz nessa fase, as vias da visão não se desenvolvem adequadamente. O mesmo ocorre com outras privações. “É fundamental nutri-lo, então, com incentivos adequados, inclusive sociais e emocionais, para garantir um desenvolvimento pleno e saudável”, ensina o neurologista Leandro Teles. A neurocientista Alessandra Gorgulho concorda. “O cérebro de um recém-nascido ou bebê é como uma esponja: toda informação que chega é absorvida e processada. Conforme o tipo de fomento e a frequência dos mesmos, ele cria mais ou menos sinapses. Assim, menores incitados em sua curiosidade natural, educados em um ambiente onde outros indivíduos lhes dedicam atenção, absorvem mais aquisições e de maneira mais rápida do que uma criança que é negligenciada e, consequentemente, exposta a pouca informação”.
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quinta-feira, 16 de novembro de 2023
Alguns mitos e verdades sobre o cérebro – Parte II
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3) A prática de exercícios físicos favorecerá o cérebro na velhice.
Trabalhos internacionais e nacionais mostraram relação entre atividade física regular durante a vida e melhores índices cognitivos na terceira idade. De acordo com o neurologista Leandro Teles, tal ligação se dá mesmo entre pessoas que começam a mexer o corpo em idade avançada e em pacientes com esquecimentos e formas iniciais de doença de Alzheimer. “Portanto, ginástica ou esporte feito com seriedade protege o cérebro e retarda e ameniza os sintomas de doenças degenerativas”, conclui o médico. Antonio Salles complementa informando que o órgão emprega 15% do fluxo sanguíneo corporal e 20% do consumo de oxigênio do corpo. “Quando nos exercitamos, aumentamos o fluxo sanguíneo cerebral, o que leva a vários efeitos positivos: integridade dos pequenos vasos, demanda sanguínea adequada para a área motora do cérebro, suprimento de micronutrientes para o bom metabolismo de neurotransmissores e estímulo para liberação de endorfinas responsáveis pelo bem-estar”. “E tem mais: segundo a neurocientista Alessandra Gorgulho, estudo recente com jovens estudantes irlandeses mostrou que, após o exercício, houve melhora em tarefas relacionadas à memória. Ficou evidente o aumento celular no hipocampo, região do cérebro importante na manutenção da memória. Porém, tal incremento parece ser efêmero, desaparecendo quando a ginástica é abandonada. Portanto, os benefícios parecem ser semelhantes ao que se observam nos músculos: eles são eficazes se regulares, realizados habitualmente”.
4) Exercitar o cérebro nos torna mais inteligentes.
“O órgão melhora com a prática. Fica mais rápido, erra menos e cria atalhos mentais. A inteligência é um conjunto complexo de habilidades cognitivas, fruto da genética e do ambiente, diz o neurologista Leandro Teles, acrescentando que pessoas que exercitam a mente no cotidiano, no trabalho ou mesmo com atividades recreacionais estão mais protegidas contra sintomas de desatenção, esquecimentos e baixa do rendimento intelectual. Nossa cabeça surpreende muito com a prática: dominamos idiomas e instrumentos musicais, revelamos habilidades artísticas e outras particularidades, diz. Para o neurocirurgião Antonio Salles, o constante exercício cerebral significa somar conhecimento, usar funções estabelecidas e até desenvolver capacidades antes não presentes, como falar uma nova língua”.
5) O uso do cérebro é proporcional ao nível intelectual do indivíduo.
Sabemos, no entanto, que áreas específicas são encarregadas de funções diferentes, chamadas a participar quando a ação é requisitada – o que acontece com as áreas motora, sensitiva, da emoção e da memória. Portanto, usamos todo o cérebro, só que em momentos e situações particulares de acordo com nossas atividades. E tem mais, existe uma grande reserva de plasticidade, ou seja, algumas regiões são convocadas a suprir deficiências de outras em casos de doenças. Em outras palavras, o homem tem capacidade para utilizar seu cérebro completamente, dependendo da situação em que está engajado, diz o neurocirurgião Antonio Salles”.
6) Ao utilizarmos o cérebro, consumimos energia do nosso corpo.
“O órgão consome 20% do total da energia requerida para todo o corpo humano. Destes 20%, dois terços são usados para comunicação entre as células. Isso mantém constante a integração química e elétrica de todas as áreas funcionais do cérebro”, informa a neurocientista Alessandra Gorgulho. O terço restante parece ser usado nos cuidados da saúde cerebral e manutenção da máquina como um todo, como limpeza celular, reposição de metabólitos importantes e proteção contra infecções. Tais dados foram sugeridos em um estudo publicado na revista da National Academy of Science por um grupo de cientistas americanos da Universidade de Minnesota, Estados Unidos”.
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sexta-feira, 10 de novembro de 2023
Alguns mitos e verdades sobre o cérebro – Parte I
O texto que será apresentado hoje é uma síntese da matéria encontrada em https://www.ibmed.com.br/conheca-alguns-mitos-e-verdades-sobre-o-cerebro/ onde consta como fonte “UOL Saúde”.
O cérebro humano é um objeto de estudos científicos bastante moderno porque, até há pouco tempo, não havia instrumentos desenvolvidos para estudos mais profundos. Trata-se de um órgão extremamente complexo que, como se sabe, é o comandante de todas as nossas funções orgânicas, sejam de natureza física ou mental. Daí a importância do seu conhecimento.
Em relação aos mitos os autores do texto relacionaram os seguintes:
- Quanto maior o cérebro, maior a inteligência.
- Só utilizamos 10% da nossa capacidade cerebral.
- O cérebro regula a razão e o coração regula a emoção.
- Dor de cabeça tem relação com dor no cérebro.
- Quem usa bem o lado esquerdo do cérebro é bom em matemática.
- O cérebro ganha rugas quando a pessoa aprende algo.
- O cérebro humano é o maior de todos.
Esses mitos são crenças que confundem as pessoas e atrapalham seus comportamentos e atitudes. A maior parte originou-se da grande ignorância sobre esse difícil e complicado órgão. O conhecimento produzido pelas pesquisas científicas dos últimos 20 anos possibilitou que se abandonassem essas crenças.
Os leitores interessados podem acessar o texto do IBMED (citado no início do texto) que tem as explicações sobre a não veracidade dessas 7 afirmações.
Optei por divulgar apenas as “verdades” uma vez que, essas, podem ser de grande utilidade para as pessoas cuidarem de sua saúde.
“1) Beber demais causa danos ao cérebro porque destrói neurônios.
Inicialmente, o consumo exagerado de álcool leva a uma alteração funcional sem perda de neurônios, iniciando um quadro clínico de desatenção, desiquilíbrio e confusão mental que, felizmente é reversível. “Com o passar dos anos e uso frequente e excessivo mantido, ocorre diminuição da capacidade mental e atrofia cerebral, causada por perda de neurônios e simplificação de suas cognições. Pode haver, ainda, prejuízo indireto com carência vitamínica, traumas e outras complicações relacionadas indiretamente ao vício”, destaca o neurologista Leandro Teles. A neurocientista Alessandra Gorgulho salienta que a bebida promove a progressiva atrofia cerebral devido à morte celular em áreas específicas, causando demência alcoólica, doença também conhecida como Síndrome ou Psicose de Korsakoff. “Ela também está associada a deficiências nutricionais. O sintoma mais proeminente é a confabulação, ou seja, criação de histórias para compensar ou minimizar a falta de memória”.
"2) O cérebro do homem é diferente do cérebro da mulher.
Isso acontece por questões anatômicas, hormonais e culturais. O do homem é maior, mais pesado e mais capacitado, de modo geral, para soluções pragmáticas, raciocínio lógico e habilidades motoras. Já o feminino se destaca em criatividade, intuição e questões sociais. “Não existe superioridade global de um modelo sobre o outro, mas tendências e limitações que os tornam diferentes”, assegura o neurologista Leandro Teles. Antonio de Salles, chefe do Centro de Neurociências do Hospital do Coração (São Paulo), este é um tema controverso. “Do ponto de vista leigo, podemos dizer que homens e mulheres processam algumas informações de maneira distinta: elas são notórias por terem maior percepção de detalhes e desenvoltura com a linguagem, enquanto eles são menos detalhistas, porém mais diretos e sistemáticos na tomada de decisões, com facilidade para o raciocínio geométrico e abstrato. E claro que, mesmo com tais prevalências, há exceções. É bom deixar claro que essas particularidades, além de não implicarem em superioridade de um sexo sobre o outro, são necessárias na natureza para assegurar a sobrevivência da espécie”.
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