quinta-feira, 27 de abril de 2023

Vamos ao médico? As iniciativas que adoto. Parte II (ampliado)

Continuação da postagem anterior... Hoje, com o desenvolvimento da Geriatria, temos acesso a médicos geriatras que reúnem o que existe de melhor, teórico e prático, e mais moderno sobre a medicina dos idosos. Quando têm uma grande experiência, são os especialistas mais indicados para cuidar do nosso “todo”, controlar os resultados dos nossos exames, compatibilizar nossas várias medicações e responder às nossas perguntas sobre o envelhecimento. Se optamos por um clínico geral bem formado, atualizado e com boa experiência podemos, também, obter bons resultados. Para facilitar a minha vida, organizei um caderno com todos os nomes, contatos, datas das consultas e exames de saúde realizados e a periodicidade recomendada. Qualquer dúvida, consulto o caderninho que vai comigo em todas as viagens mais longas. Procuro estar sempre em dia com a minha saúde. Ela é o principal pilar do meu bem-estar. Outro cuidado é o arquivamento dos resultados dos exames clínicos de laboratório, de imagens e controles de saúde. Em princípio guardo os dois últimos resultados obtidos de cada exame ou controle para poder ter uma noção da evolução dos meus parâmetros. No entanto, quando o problema e sua solução não estão completamente definidos guardo todos os resultados que lhe estão relacionados. Procuro manter-me sempre alerta e vigilante com o meu organismo. Paralelamente, a esse controle de saúde pelo médico, sempre que sinto alguma alteração começo a colocar em prática um princípio fundamental – “quanto mais saudáveis forem meus comportamentos, maiores chances têm as minhas células de se tonarem saudáveis”. Portanto, revejo os meus comportamentos e fico mais rigorosa e exigente com sua adequação, ou seja, aumento os exercícios, tomo mais líquidos, melhoro a alimentação em variedade e qualidade, procuro dormir mais e tomar sol, respeito com mais afinco meus horários biológicos, faço meditação, aumento o meu lazer e fontes de prazer e ponho o cérebro a fazer mais ginástica. Revejo, cuidadosamente, minhas rotinas, descarto todas as desnecessárias, desatualizadas e inadequadas e planejo as novas rotinas da minha vida. Rotinas são como remédios: quando necessárias e na medida certa ajudam, em demasia cristalizam meu cérebro e desajustam minha saúde. Ainda, em relação aos comportamentos, sou rigorosa com as medicações e aconselhamentos médicos. Os horários e os cuidados com os remédios são inflexíveis porque são eles que me vão ajudar. Muitas vezes, retorno ao médico só para contar-lhe como melhorei e peço-lhe para conferir.

quinta-feira, 20 de abril de 2023

Vamos ao médico? As iniciativas que adoto. Parte I (ampliado)

Continuação da postagem anterior .... A experiência ensinou-me que frente a qualquer indício de problema, devo procurar informações para saber se, na realidade, é um problema que merece atenção. “Não jogo a poeira para debaixo do tapete” sob a justificativa do “deixa para lá!”. Dessa forma, tenho escapado de encrencas graves porque apanho a alteração no início da sua instalação. Se, em um exame aparece algum motivo de alerta, vou imediatamente procurar informações até ter certeza de qual caminho devo seguir. Informações confiáveis e em grande quantidade são os pilares das boas decisões. Com essa iniciativa já escapei de câncer de bexiga, de câncer no pâncreas, de câncer na mama e de câncer na pele. Ainda faço alguns controles, mas não tenho encontrado nada. Medicações para o idoso são necessárias, mas os riscos são grandes. Cada medicamento é uma ou mais substâncias químicas a entrar no meu complicado organismo. Os cientistas costumam estudar os efeitos das medicações em adultos. Em idosos os estudos são mais raros. Acresce-se, ainda, que as interações (relações) entre medicamentos também são pouco estudadas porque a quantidade de substâncias medicamentosas tem crescido muito nos últimos anos. Essa mistura de substâncias farmacológicas, dentro do nosso corpo, como se comportará? O que acontecerá em 10 ou 15 anos ao paciente mais idoso que toma tantas medicações? Não se sabe quase nada; torna-se um dos grandes riscos que o idoso corre. Medicamentos devem ser prescritos conscienciosamente por quem sabe muito. E, não me permito tomar nada sem a devida prescrição. Não aceito ingerir nenhum suprimento, nenhuma vitamina, nenhuma substância estranha à minha alimentação, não prescrita. O comércio e a propaganda nos empurram muitas falsas ideias para terem mais lucro. É o dentista, o oculista, a fisioterapeuta, o ginecologista, a dermatologista, o urologista, a professora de educação física, o cardiologista, o cirurgião de pâncreas, o mastologista, a fonoaudióloga, a endocrinologista e o cirurgião vascular. Para que eu não seja “retalhada” com a visão específica de cada especialista preciso que algum desses profissionais possa pensar no conjunto, no sistema todo. Assim, elegi um dos médicos para coordenar todos os meus dados de saúde. Vou ao cardiologista três vezes por ano e levo-lhe os exames, resultados e opiniões dos vários especialistas, bem como lhe conto o sucedido nesse último período. Tenho certeza que ele estará atento para qualquer incompatibilidade. Continua na próxima postagem...

quinta-feira, 13 de abril de 2023

Vamos ao médico? Como escolher? (ampliado)

Continuação da postagem anterior... Sob o meu ponto de vista atual, o médico tem que ser formado em uma boa faculdade para garantir uma excelente base teórica. Não podemos esquecer que é a base teórica que permite um raciocínio mais bem fundamentado. Tem que ter continuado seus estudos, tipo pós-graduações e especializações, mantido sua atualização em dia e frequentado congressos e eventos científicos. Em geral, os professores das faculdades têm mais oportunidades desse tipo. Deve ter muita experiência, de preferência com clientes de muita idade, portanto, não pode ser muito novo. Uma vasta experiência ajuda a desenvolver uma sensibilidade e um conhecimento empírico que não podem ser desprezados. Afinal, a medicina é uma ciência aplicada. O conhecimento médico sobre os idosos ainda está a ser construído porque essa faixa etária é a mais recente em termos de pesquisa científica. Há muita coisa que ainda não se sabe sobre os indivíduos de “muita idade”. Os profissionais mais antigos já tiveram tempo para acumularem uma sabedoria prática que os jovens levarão anos e anos a conseguir. Ele, o meu médico, deve estar em condições de dar a “última palavra”, a última opinião, sobre o meu problema. No meu caso, em geral, esses médicos são aqueles que os próprios médicos procuram. Gosto de usar os médicos a quem os próprios médicos recorrem. E quando eu consigo encontrar esse profissional, o que ele diz passa a ser “sagrado”. Faço-lhe todas as perguntas que preciso, esclareço todas as dúvidas e procuro fazer tudo o que ele sugere. É a forma que encontrei para colocar o conhecimento médico mais moderno e acessível a serviço do meu bem-estar. O dinheiro que gasto, considero um investimento. Concordo que não é fácil aceitar a fragilidade, conviver com a eterna vigilância e passar muito tempo atrás de médicos, exames e tratamentos. Mas a alternativa oposta é muito perigosa. Não posso desistir da minha integridade, da minha autonomia e da minha independência. Continua na próxima postagem...

sexta-feira, 7 de abril de 2023

Vamos ao médico? A nossa fragilidade exige. (ampliado)

Envelhecer é um processo do qual nenhum ser vivo escapa. Pode ser acelerado ou retardado, mas jamais, estancado. A natureza é fatídica com todos os seres, quem nasce morre após seu ciclo de vida. Nós não temos um controle completo sobre esse processo. Envelhecer é um percurso que vai gradativamente tornando os organismos enfraquecidos, deficitários e fragilizados. Os progressos da medicina e seu aparelhamento de diagnóstico (tomografias, ressonâncias magnéticas, ultrassons, etc.) e tratamento (medicamentos, cirurgias a laser e outros) estão tornando esse período da vida menos penoso e a degradação pode ser mais lenta. A ciência médica tem feito inúmeros progressos e a sua evolução não para. Portanto, os controles médicos periódicos, as consultas aos vários especialistas, os exames laboratoriais e a hospitalização tornam-se uma constante na vida do indivíduo de “muita idade”. Todos nós, os velhos, conhecemos e vivenciamos essa realidade. Não há como fugir dessa experiência; qualquer alteração orgânica exige uma tomada de iniciativa de natureza médica. Se você quer manter por mais tempo a sua independência e a sua autonomia não pode prescindir do profissional que, sem dúvida, é aquele que nos pode ajudar. Dói aqui, dói ali e a questão passa a ser: qual médico procurar? Aquele que tem o consultório mais perto de casa? O mais barato? O recomendado por um amigo ou conhecido? Aquele que eu conheço há mais tempo? O médico que é parente? Quando comecei a enfrentar esse problema, errei muito, usava critérios práticos e não conseguia sentir confiança e segurança nos profissionais. Era obrigada a procurar outras opiniões e gastava muito dinheiro e muito tempo com as várias consultas. Então, criei alguns critérios que me têm ajudado muito. Não quer dizer que o bom médico não erra; o bom médico tem maiores probabilidades de acertar, de errar menos, de corrigir mais rapidamente as condutas e de transmitir mais segurança. A confiança no médico pode desencadear a produção de uma série de substâncias cerebrais que auxiliam na resolução dos nossos problemas. É uma reação orgânica parecida com o efeito placebo, ou seja, mesmo sem uma substância ativa um remédio pode produzir efeito se o paciente acredita nele. A medicina é uma ciência aplicada e tem como foco o objeto mais complexo do planeta, o ser humano, sobre o qual ainda há muito a descobrir. Continua na próxima postagem...