quinta-feira, 10 de março de 2022
Princípios que auxiliam a orientar nossas decisões (ampliado) - Parte IV
Continuação da postagem anterior...
Foram necessários, também, muitos anos para compreender algumas coisas sobre a velhice ou a “muita idade”. O desgaste e a degeneração que dão origem ao envelhecimento têm uma cadência ou ritmo particular para cada indivíduo e há inúmeros comportamentos e atitudes pessoais capazes de acelerar ou desacelerar esse processo. Mas, ele é implacável. Como já dissemos, a velhice é uma etapa da normalidade da vida.
Uma das atitudes que pode acelerar o desgaste funcional do nosso corpo é a pessoa se auto declarar incapaz, desistir precocemente de realizar certas atividades, deixar de fazer alguma coisa porque “acha que não tem mais idade” ou que “alguém pode não achar correto”. A aposentadoria é um exemplo de estímulo para abandonar atividades que poderiam continuar a manter saudáveis determinadas funções orgânicas, incluindo as mentais. Temos que continuar a manter o controle de nossas vidas, do nosso dinheiro, da nossa independência para não perdermos, mais rapidamente, a capacidade de o fazer. É comum ver pais delegarem para os filhos responsabilidades que sempre assumiram; ver idosos a recusarem oportunidades porque “não têm mais idade para isso”; ver indivíduos saudáveis reclamando que já trabalharam muito e querem mais tempo “para descansar” e assim por diante. Todas as funções, quando não são exercidas, tendem a desaparecer. Nós fomos feitos para funcionar; é o constante uso que mantem os órgãos saudáveis.
Outra atitude desaconselhável é o conformismo, o negar-se a fazer adaptações na sua vida. A vida exige muitas mudanças, exige adaptações a novas formas de viver, temos que continuar a aprender novas habilidades, a modificar rotinas e hábitos. Temos que nos manter em constante interação com as novas gerações que, se precisam da nossa experiência, ajudam-nos a conviver com a modernidade e a desenvolver novas capacidades. Não podemos desistir, não podemos deixar de lutar, não podemos nos “auto abandonar”. A resiliência é a capacidade de se adaptar a novas situações, de criar flexibilidade em nossas atitudes e é um dos mais importantes fatores para desacelerar nossa degradação vital.
Finalmente, notei ao longo da vida, que o esforço e a capacidade para o fazer são próprios do ser humano desde que ele nasce. Para nascer tem que fazer força e para viver também. Em geral, as decisões sobre aquilo que nos acontece são sempre de nossa responsabilidade; dependem de opções nossas. Não adianta “colocar a sujeira debaixo do tapete”, não adianta culpar os outros pelo que vivemos, não adianta fingir que não vemos e viver na fantasia. Para solucionar os problemas reais só podemos contar com os recursos reais e a realidade do contexto. Precisamos enfrentar os fatos reais ao invés de fugir, negar ou esconder. É preciso coragem para ser feliz, como meu pai dizia.
Tudo que eu disse é óbvio e a maioria das pessoas sabe, mas, na hora de agir, esquece.
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Princípios do funcionamento corporal