quinta-feira, 27 de janeiro de 2022
Os dentes são grandes aliados da saúde: como são e o que fazem?
Os dentes não são complementos menos importantes do corpo humano, como muitos pensam. São órgãos que influenciam significantemente a nossa alimentação, a nossa capacidade de falar corretamente e a nossa estética. Além desse impacto, sabe-se que o funcionamento global do nosso corpo pode influenciar a saúde dos dentes e a saúde destes pode tornar-se um fator positivo ou negativo no nosso bem estar geral. O cuidado com esses importantes órgãos é imprescindível e seu desleixo pode gerar sérios problemas locais e em todo o corpo.
Os adultos possuem 32 dentes distribuídos nas arcadas superior e inferior, presos aos ossos dos maxilares e rodeados pela gengiva. Suas funções são muito amplas e abrangem as áreas de digestão, fonética e estética.
Cada dente é constituído por uma parte externa e visível, a coroa que tem contato com a gengiva e, finalmente, as raízes incrustradas nos ossos dos maxilares. A parte mais interna da coroa é a polpa, a parte viva do dente, onde chegam as terminações nervosas e os vasos sanguíneos e linfáticos.
Os dentes não são todos iguais, têm formatos diferentes que se adequam à função digestiva a ser exercida. Os dentes da frente são os incisivos, aqueles que cortam os alimentos; a seguir temos os caninos, que arrancam e rasgam os elementos alimentares; finalmente, veem os pré-molares e os molares, apropriados para mastigar ou triturar a alimentação. Para exercer suas funções contam com a ajuda de poderosos músculos faciais capazes de realizarem a oclusão com uma força de até 100 quilos. A oclusão dentária é o contato dos dentes superiores com os inferiores ao fechar a boca. Em condições normais os dentes superiores devem encobrir os inferiores, ou seja, a arcada superior deve ser ligeiramente maior que a inferior.
Nenhum alimento poderia ser aproveitado para nutrir nossas células se não pudesse ser digerido e a primeira fase da digestão é o trabalho dos dentes. Com a ajuda dos músculos e ossos do rosto e da saliva, eles cortam, rasgam, amassam e trituram os alimentos sólidos preparando-os para sofrerem a ação das enzimas e substâncias próprias do sistema digestivo.
Na fonação seu papel é fundamental porque participam da pronúncia de determinadas consoantes, as dentais. A ausência de alguns dentes pode alterar, tanto a pronúncia das palavras, como o timbre da voz.
Como agentes estéticos os dentes servem de apoio aos lábios e bochechas participando na formação dos contornos da face e determinam traços fisionômicos. Participam, portanto, de um dos pilares mais importantes da identificação e personalidade do indivíduo.
Continua na próxima postagem...
quinta-feira, 20 de janeiro de 2022
Como é difícil pedir ajuda!!!!!! - Parte III
Continuação da postagem anterior…
Esta parte contou com a colaboração de um depoimento de um leitor que, há muito tempo, vem me estimulando e divulgando meus textos. Quando os meus leitores o lerem, podem ter certeza que o texto foi lido a aprovado pelo autor desse depoimento.
Esse leitor amigo é professor universitário de uma área muito diferente da Saúde.
Há alguns dias recebi essa mensagem com a seguinte redação:
“Aguardando, ansiosamente, a segunda parte deste texto generoso e profundo.
Com 75 anos completos, tenho sentido a mesma insegurança e necessidade de apoio em escala crescente em tarefas que executei a vida inteira de maneira autônoma.
Minha esposa virou o meu HD, recuperando de maneira cada vez mais frequente, minha memória pontual. Antes de que tivesse problemas desse tipo, pedi a ela que acompanhasse as movimentações bancárias para que aprendesse a executá-las em caso de algum problema imprevisto comigo. Hoje, o auxílio da minha esposa tornou-se fundamental para esse tipo de atividade, que sempre fiz sozinho.
Nas coisas mais “complicadas” conto com a ajuda pontual da minha filha e nas questões de informática, também dos meus netos.
Para minha surpresa, o raciocínio lógico aparentemente está cada vez melhor, provavelmente beneficiado pelos conhecimentos acumulados."
Que bom que ele soube pedir ajuda para as pessoas certas! Evitou tantos sofrimentos!!!!!! Nós somos, em geral, o pior dos nossos inimigos. Vencer a si mesmo é a verdadeira vitória.
quinta-feira, 13 de janeiro de 2022
Como é difícil pedir ajuda!!!!!! - Parte II
Continuação da postagem anterior….
Várias pesquisas e estudos constatam que o homem tem maiores dificuldades que a mulher em relação a cuidados com sua saúde, frequentar os consultórios médicos, tratar dos dentes, adquirir aparelhos auditivos, usar os óculos e cuidar de si. Só o fazem quando a gravidade já atrapalha o trabalho ou as dores incomodam muito. Foram habituados a que “precisam ser fortes”, independentes, não podem se queixar, “não podem chorar”. Não podem ser vistos como frágeis, vulneráveis, limitados. As pesquisas demonstram que, nos homens, os problemas de saúde só são cuidados em fase mais adiantada, mais complicada e com menor chance de solução.
Para o idoso, seja homem seja mulher, a ajuda de terceiros, o auxílio de profissionais ou dos familiares é o único recurso que lhes pode dar uma vida com bem-estar e melhorar sua sobrevivência.
Vencer o medo, a vergonha, o orgulho ou a vaidade para pedir ajuda é necessário apesar de dolorido e difícil. E quanto mais cedo, melhor. As consequências de não expressar essa necessidade também traz muito sofrimento e muitos problemas.
Hoje, compreendo melhor o meu pai. Ele deve ter sofrido muito por não ser capaz de vencer o seu orgulho. Sutilmente, recusava ir ao médico, pedir uma orientação profissional, pedir ajuda aos filhos. Foi roubado, não foi compreendido, aceitou que supuséssemos que ele não respeitava compromissos, não compreendíamos seus comportamentos anômalos, aceitou críticas, sofreu rejeições. Tudo por falta de compreensão nossa e conhecimento sobre estes aspectos do envelhecimento. Uma das grandes dificuldades do envelhecer é que os jovens nada sabem sobre o que os de muita idade sentem ou passam.
Nós, quando percebíamos, oferecíamos auxílio, mas estávamos tão habituados a obedecer que aceitávamos pacificamente suas recusas. Como erramos!!!!! Fomos educados por ele a ser liberais, a aceitar que os demais tinham direitos de escolher o que queriam e que cada pessoa deveria ser respeitada nas suas particularidades. Jamais impúnhamos a nossa maneira de pensar.
Portanto, temos que pedir ajuda quando for necessário. Temos que vencer as alegações que usamos, medo da rejeição, vergonha, orgulho ferido, vaidade, e enfrentar o “monstro” da solicitação de auxílio. Mas….não é de qualquer forma. Se tomarmos alguns cuidados evitamos sofrimentos e aliviamos dores. A minha experiência diz-me que se pedirmos para pessoas que gostam da gente e são generosas, é mais fácil. É mais fácil pedir para pessoas pacientes que para aquelas que não têm tempo nem para si próprias. É mais fácil pedir para pessoas com muita idade, amigos, parentes idosos ou vizinhos do que para jovens que não podem entender tão bem nossas dificuldades. Os generosos vão gostar de nos ajudar, sentem-se úteis.
A forma de pedir também pode ajudar. Facilita muito ser clara e objetiva quando conseguimos e tentar explicar muito bem como, quando e em quê precisamos de ajuda. Às vezes, é útil fazer uma lista, às vezes uma agenda, às vezes uma demonstração ou às vezes um desenho.
Quando aguardamos um momento apropriado ou escolhemos um horário de tranquilidade em que o auxiliar pode nos dar atenção, os empecilhos serão minimizados. Pedidos mais complexos podem ser feitos em reuniões marcadas para se tratar do assunto.
Pedir ajuda, sim, mas com discernimento e racionalidade. Escolher, com capricho para quem pedir, quando pedir e como pedir.
Continua na próxima postagem...
quinta-feira, 6 de janeiro de 2022
Como é difícil pedir ajuda!!!!!! - Parte I
Quando percebi, estava chorando, as lágrimas caiam-me pelo rosto. Os meus dois filhos olhavam-me espantados e ficaram aflitos porque a mãe deles não costuma chorar. Eu também fiquei estranhando-me. Aquela aflição, a dor no peito, a sensação de aperto, sintomas irreconhecíveis! Que estranho! Nunca tinha acontecido comigo.
Estávamos reunidos numa sala, conversando sobre as iniciativas burocráticas necessárias para terminar de passar para eles parte do meu patrimônio em Portugal. Eu sempre fizera isso, estava habituada a lidar com os bens, com os dinheiros, com os bancos, com os cartórios, com os advogados, com funcionários. Eu queria pedir que um dos meus filhos viajasse comigo até Portugal e me ajudasse nessas iniciativas. Sentia que não era capaz de, em alguns dias, tomar as providências necessárias.
Tinha que fazer muito esforço para vencer algo interno e assumir que, agora, com a minha idade, eu não era tão capaz. Percebi que eu já não era aquela mulher independente, muito mais capaz de ajudar os outros do que ser ajudada. Nessa empreitada havia alguma coisa que exigia uma força que eu já não tinha. Estava habituada a motivar outras pessoas, a estimular os amigos, os alunos, os familiares para fazerem, tomar atitudes importantes, agirem. Agora, as coisas simples pareciam complicadas, ir de cá para lá, marcar horários, mover-me de um lugar para outro, parecia-me difícil, complicado, acima das minhas capacidades.
Assumir e aceitar que eu precisava de ajuda, doía tanto que me fez chorar. Ultrapassar a barreira da minha autoimagem de pessoa capaz, forte, que enfrenta as dificuldades com facilidade e que resolve seus problemas sem precisar de pedir ajuda, transformou-se em um profundo sofrimento. Que vergonha pedir ajuda!!!!
Pedir ajuda foi assumir meu limite, minha incapacidade, minha fragilidade. Mas, aos 78 anos temos que o fazer. É necessário contar com auxílios variados para manter a nossa qualidade de vida, o nosso bem-estar e a nossa integridade física e mental. O idoso precisa ultrapassar a sua vaidade, o seu orgulho e assumir a sua maior vulnerabilidade. É, talvez a única solução para os problemas que se instalam gradativamente e vão povoando a vida do idoso de dificuldades e limites.
Quando eu estava decidida a divorciar-me, meu irmão, com uma crise de generosidade, disse-me que eu precisava de ajuda, precisava dizer como alguém me podia ajudar. Sem isso, ninguém tinha possibilidade de me ajudar. E eu estava muito atrapalhada, sem saber o que fazer. Ele só me poderia auxiliar se eu dissesse claramente, como e em que aspecto. Eu não estava habituada a pedir auxílio. Talvez pelo fato de ser a neta e a filha mais velha foi minha primeira experiência de assumir uma fragilidade. O fato de ceder e pedir ajuda, ajudou-me muito e me tirou de cima muitas dificuldades.
Continua na próxima postagem....
Assinar:
Postagens (Atom)