quinta-feira, 28 de maio de 2020

O prazer é bem vindo para o cérebro (II)

Caixas e recipientes de laca preta e pintura a ouro, chineses, próprios para jogo de cartas, do Séc. XIX

Continuação da postagem anterior......
Os autores aconselham algumas estratégias para cada pessoa descobrir a sua própria força motriz, a essência da sua vida: A) Não atuar de forma automática.  Todo o dia tentar encontrar seus próprios gostos e pendores. Afinal, o que realmente o faz feliz? B) Não se comparar a outros, não desejar nada por ter visto em outros. Você é único. C) Todos nós temos potenciais, vivências e habilidades que nos diferenciam dos outros. Temos que respeitar essas especificidades. D) Transformar esse “ikigai” no nosso estilo de vida. E) Encontrar seu “ikigai” entre as coisas que lhe dão energia todas as manhãs, atividades que queira aperfeiçoar e investir o seu tempo. F) Para viver segundo o seu “ikigai” é necessário abandonar e deixar de lado muitas coisas e exigirá de nós muita coragem. G) O estilo “ikigai” é o oposto do conformismo, da passividade, do convencional. Temos que abandonar muitas práticas adotadas pela maioria, decidir contrariando muitas opiniões, mas, adotá-lo faz você sentir-se livre, motivado, feliz. Passa a ser um estado mental.
É frequente escutarmos que os mais idosos se sentem mais livres, menos dependentes da opinião alheia, são mais autênticos. Minha mãe, quando fiz 60 anos, disse-me alegremente “que bom, filha, agora você pode fazer tudo”, ou seja, viva a sua liberdade. Levei algum tempo refletindo para compreender essa sugestão de uma mãe muito inteligente.
 Na etapa de vida em que estamos quem gosta de nós vai gostar mesmo não concordando com nossas palavras, opiniões, atitudes e comportamentos e quem não gosta continuará a não gostar mesmo concordando conosco. Então, assuma, viva e encharque-se da sua liberdade. Mas, atenção seu único limite é a sua consciência.
Os povos asiáticos, atentos e observadores da vida, parece já terem descoberto, há muitos anos, os benefícios produzidos por “fazer o que se gosta”, ou seja, respeitar as preferências essenciais que estimulam o indivíduo a viver. A ciência moderna dá-lhes razão.
Concluindo, sentir prazer é uma das fontes de vitalidade e um alimento necessário ao nosso cérebro e ao nosso corpo. É um dos pilares do cuidado adequado porque pode retardar a degeneração do seu organismo e desacelerar o processo de envelhecimento.
Da parte dos outros, a paciência conosco, o carinho, a ternura, o mimo, o agrado, o sexo, o reconhecimento, a amizade, os elogios, os estímulos carinhosos e outros da mesma natureza são “pílulas” de vitalidade e podem retardar a degeneração natural da idade.
Da nossa parte, é vital ser autêntico, respeitar quem realmente somos, o que realmente queremos, independentemente da opinião ou dos valores dos outros. Não podemos ajudar ou fazer outras pessoas felizes se não nos respeitamos a nós próprios. Alguns chamam isso de liberdade pessoal. Dizem que a idade proporciona e aumenta essa liberdade nas pessoas.
Aceitar-se, respeitar-se e conviver bem conosco é a chave de uma vida saudável mais longa. Por tudo isso, decidi, há muitos anos, não abdicar daquilo que é essencial na minha vida.
            Quanto mais saudáveis forem minhas atitudes maiores são as chances de minhas células serem saudáveis.