Envelhecer
é um processo do qual nenhum ser vivo escapa. Pode ser acelerado ou retardado,
mas jamais, estancado. E é um percurso que vai gradativamente tornando os
organismos enfraquecidos, deficitários e fragilizados. Os progressos da medicina
e seu aparelhamento de diagnóstico (tomografias, ressonâncias magnéticas,
ultrassons, etc.) e tratamento (cirurgias a laser e outros) estão tornando esse
período da vida menos penoso e mais lento. Portanto, os controles médicos
periódicos, as consultas aos vários especialistas, os exames laboratoriais e a
hospitalização tornam-se uma constante na vida do indivíduo de “muita idade”.
Todos nós, os idosos, conhecemos e vivenciamos essa realidade. Não há como
fugir dessa experiência; qualquer alteração orgânica exige uma tomada de
iniciativa de natureza médica. Se você quer manter por mais tempo a sua
independência e a sua autonomia não pode prescindir do profissional que, sem
dúvida, é um daqueles que nos podem ajudar. Dói aqui, dói ali e a questão passa
a ser: qual médico procurar? Aquele que tem o consultório mais perto de casa? O
mais barato? O recomendado por um amigo ou conhecido? Aquele que eu conheço há
mais tempo? O médico que é parente?
Quando comecei a enfrentar esse problema,
errei muito, usava critérios práticos e não conseguia sentir confiança e
segurança nos profissionais. Era obrigada a procurar outras opiniões e gastava
muito dinheiro e muito tempo com as várias consultas. Então, criei alguns
critérios que me têm ajudado muito. Não quer dizer que o bom médico não erra; o
bom médico tem maiores probabilidades de acertar, errar menos, corrigir mais
rapidamente as condutas e transmitir mais segurança. A confiança no médico pode
desencadear a produção de uma série de substâncias cerebrais que auxiliam na
resolução dos nossos problemas. É uma reação orgânica parecida com o efeito
placebo, ou seja, mesmo sem uma substância ativa um remédio pode produzir
efeito se o paciente acredita nele. A
medicina é uma ciência aplicada e tem como foco o objeto mais complexo do
planeta, o ser humano, sobre o qual ainda há muito a descobrir.
Sob
o meu ponto de vista atual, o médico tem que ser formado em uma boa faculdade
para garantir uma excelente base teórica. Tem que ter continuado seus estudos,
tipo pós-graduações e especializações, mantido sua atualização em dia e
frequentado congressos e eventos científicos. Em geral, os professores das
faculdades têm mais oportunidades desse tipo. Deve ter muita experiência, de
preferência com clientes de muita idade, portanto, não pode ser muito novo. Uma
vasta experiência ajuda a desenvolver uma sensibilidade e um conhecimento
empírico que não podem ser desprezados. O conhecimento médico sobre os idosos
ainda está a ser construído porque essa faixa etária é a mais recente em termos
de pesquisa científica. Há muita coisa que ainda não se sabe sobre os
indivíduos de “muita idade”. Os profissionais mais antigos já tiveram tempo
para acumular uma sabedoria prática que os jovens levarão anos e anos a conseguir.
Continua
na próxima postagem....