quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

O cérebro precisa de ginástica: a leitura é a ”mãe” da educação (revisado e ampliado)

Continuação da postagem anterior... No dia 05 de novembro de 2021, a jornalista Ana Pais divulgou uma notícia, inicialmente publicada na BBC News Mundo, sobre as descobertas da neurociência relativas ao impacto da leitura no cérebro humano. Ela faz uma síntese da entrevista e conversa com o médico espanhol e neurobiólogo Francisco Mora que também é autor do livro Neuroeducación y lectura. Esse especialista explica por que a leitura é a grande revolução da educação a qual deve ser fundamentada no funcionamento cerebral. O mesmo afirma que a leitura altera a química, a física, o funcionamento e a anatomia do cérebro humano, mas a amplidão desse impacto dependerá do texto conseguir despertar a nossa curiosidade e, sobretudo, as emoções. A jornalista inclui em sua síntese alguns pontos importantes abordados pelo cientista ao conversar sobre esse tema. Um dos pontos relevantes é o fato da leitura ser uma habilidade artificial e recente na vida humana; ela só se iniciou há 6 mil anos. Foi necessário o homem usar a fala para modelar o cérebro e torná-lo capaz de aprender a ler. Portanto, para aprender a ler, certas partes do cérebro devem ter amadurecido antes. O autor, consequentemente, defende a aprendizagem formal da leitura aos 7 anos. Outro ponto abordado por Mora refere-se à capacidade do cérebro ser modificado ou modelado devido à sua característica de plasticidade. Ler altera uma parte do cérebro que tem a função de detectar rostos e identificar formas, o que permite processar e construir palavras. Essas alterações expressam-se no comportamento, ou seja, as transformações ocorrem pelo vivido e pelo lido. “Ler não é um ato passivo de absorção do que está escrito em determinado documento ou livro, mas um processo ativo, ou até recreativo (ou criado novamente) em relação ao que está ali.”