quarta-feira, 4 de janeiro de 2023
Atividade motora: como operacionalizei meus treinos (ampliação)
Continuação da postagem anterior...
Aos 50 anos conscientizei-me que a parte da minha vida com o meu melhor potencial físico e mental havia ficado para trás e, agora, restava-me o período de decadência e degradação. Portanto, iria exigir de mim cada vez mais esforço, cada vez mais atenção e cada vez maior prontidão para ajustar-me gradativamente às mudanças do meu organismo.
Em relação aos exercícios físicos, contratei um profissional de educação física, conhecido da minha família, bem formado e com bastante experiência, para orientar a minha iniciação nos treinos. Foi muito bom porque recebi, de forma segura, orientações sobre exercício e repouso, alongamentos e sua função como treinamento, a forma correta de execução de cada exercício, tempos e séries das repetições, importância da correção postural, resultados esperados e frequência das avaliações bem como os parâmetros que compunham essas avaliações. Esse período inicial durou 6 ou 7 meses e utilizei equipamentos simples e baratos em casa e um parque público, apropriado para idosos, cujos equipamentos eram bastante variados e de madeira.
Além das orientações profissionais, comecei a perceber as reações e respostas do meu corpo, o que me dava mais prazer, quais as maiores dificuldades, como vencer a preguiça, a influência da determinação e da constância, quais os horários que se ajustavam melhor ao meu estilo de vida e assim por diante. Aprimorei meu autoconhecimento e a minha consciência corporal.
Mantive a frequência de 2 até 4 treinamentos semanais.
Depois desse período investi na academia de ginástica com orientação e supervisão de profissionais habilitados, alguns com especialização em idosos. Frequentei muitas academias diferentes, em várias localidades brasileiras e europeias devido às mudanças da minha vida pessoal. Também abandonei várias vezes a rotina de exercícios físicos por alguns períodos maiores ou menores, mas retornava à prática tempos depois. Experimentei muitos outros estilos de ginástica, conheci muitos tipos de programas e pratiquei muitas modalidades de esportes individuais.
Aos 68 anos comecei a ser mais estável, a interromper menos a rotina da academia e a alterar menos os estilos de exercícios. Optei por variar muito, mas dentro das possibilidades das máquinas e dos estilos de professores da academia. Mantive a academia de ginástica 3 ou 4 vezes por semana, complementada por caminhadas com ritmo mais rápido e hidroginástica sempre que aparecia a oportunidade. Esta última opção melhorava a minha respiração e eu acreditei sempre em seus resultados.
Hoje, mantenho constante a minha rotina de forma muito parecida com o período já mencionado, mas aumentei a constância e não interrompo com facilidade.
O meu programa atual (estou com 80 anos) é composto de várias partes. De três a quatro vezes por semana, no horário da manhã, faço ginástica na academia fundamentada em duas listas de exercícios (A e B), que focam alongamentos, braços e pernas, tronco e musculatura abdominal, preparadas por um profissional de educação física muito experiente em idosos. Essas listas de exercícios são usadas alternadamente para permitirem repouso de um ou 2 dias de cada grupo de músculos. Além da academia, 2 ou 3 dias por semana faço caminhadas, com passos rápidos, durante 30 a 40 minutos, numa superfície plana ou uso a esteira rolante para exercitar a musculatura das minhas pernas e quadril. Algumas vezes, quando a oportunidade aparece, faço natação, hidro ginástica ou passeios em jardins. Tenho supervisão, avaliação de resultados e troca de programas periódica, a cada 2 ou 3 meses, elaboradas por um profissional de educação física bem preparado.
Hoje, exercitar-me é rotina obrigatória, diária e atividade prioritária, como comer, dormir e tomar banho. O meu corpo já reclama quando fico mais de 3 dias sem frequentar a academia; tornou-se verdadeiramente uma necessidade.