quinta-feira, 10 de novembro de 2022
Ritmo circadiano: o relógio biológico do nosso corpo - Parte III
Continuação do texto anterior
Com base no artigo, “Os mistérios do relógio biológico”, publicado na revista “Superinteressante” da Editora Abril, de julho de 2022 (https://super.abril.com.br/saude/os-misterios-do-relogio-biologico/), obtivemos mais algumas informações que resumimos a seguir.
Todos os seres vivos, sejam animais ou vegetais, têm seu funcionamento controlado em função de um período de 24 horas cujo mecanismo é acionado, em grande parte, pela luminosidade. Esse sofisticado mecanismo é essencial à vida porque nenhum ser vivo conseguiria trabalhar constantemente sem descanso. Não só porque precisa reparar os tecidos desgastados pelo uso, como também, pelo fato de precisar repor a energia gasta. Se um ser vivo “ficasse ativo o tempo todo, precisaria muito mais calorias (alimento) para manter-se, o que dificultaria sua sobrevivência.”
Enquanto dormimos, o corpo descansa, economiza energia e aproveita para executar algumas atividades que só acontecem durante o sono, como por exemplo, a produção do hormônio do crescimento e a manutenção do equilíbrio orgânico, particularmente, a saúde mental.
Um dos problemas do mundo moderno é a poluição luminosa, ou seja, a impossibilidade de se “ver a noite” devido à intensidade da luz artificial produzida pelo homem. Os grandes e médios centos urbanos são tão iluminados que o ser humano nunca está sob a escuridão natural da noite. A luz artificial tornou a vida mais próspera, interessante e divertida, porém impede o nosso ritmo circadiano de funcionar bem. Este problema, acompanhado das mudanças no cotidiano implementadas pela vida moderna, força o nosso relógio biológico a trabalhar de forma diferente daquela que seria natural. Criamos a civilização e avançamos muito em todos os sentidos, mas colocamos o nosso relógio interno contra nós e a nossa saúde. Análises de satélite indicam que o mundo está ficando 2,2% mais brilhante, em média, a cada ano. Isso interfere na vida de quase todos os seres vivos. Em nós o sintoma mais evidente é a insônia. Conforme escurece, a nossa glândula pineal começa a liberar melatonina, um hormônio que prepara o organismo para dormir: reduz a temperatura, desacelera o metabolismo, aumenta a leptina (hormônio da saciedade) e provoca a sonolência. À noite, a exposição à luminosidade em excesso, provoca o retardamento da liberação da melatonina e, consequentemente, surge a dificuldade para dormir.
Há alguns dias, eu estava com dificuldade de completar as minhas saudáveis oito horas de sono em cada noite. Como o verão está chegando, a luminosidade matinal está aparecendo cada vez mais cedo e, consequentemente, eu acordava muito cedo devido à luz do sol iluminando o meu quarto. Comecei a deitar-me uma hora antes e consegui voltar a dormir oito horas e a sentir-me muito melhor durante o dia.
Tente melhorar a sua insônia acertando seu relógio biológico.
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Princípios do funcionamento corporal