quinta-feira, 29 de setembro de 2022
Gripes? Diarreias? Lavar as mãos - Parte I (já publicada e ampliada)
Há alguns dias, após ter lido um artigo sobre a importância de lavar as mãos para prevenir doenças, fui fazer os meus exercícios na academia propondo-me a observar onde colocava as minhas mãos. Elas abriam as portas, tocavam em inúmeros equipamentos de ginástica, apertavam as mãos e a roupa de outras pessoas, coçavam meu nariz, puxavam meu cabelo para trás, colocavam a camiseta no lugar, repuxavam as manivelas de controle dos equipamentos etc. Em resumo, andavam de lá para cá, possivelmente, espalhando milhares de micróbios, para os outros e para mim mesma, transformando as minhas mãos em um ótimo veículo de transporte desses agentes patogênicos e suas doenças infecciosas, fontes de transtornos, febres, fraquezas, dores, tosses e mil outros incômodos. Elas possuem um conjunto de bactérias permanentes, difíceis de serem eliminadas, células descamativas, bactérias transitórias, suor, sujidade, oleosidade e outros elementos que explicam a periculosidade do transporte de muitos agentes patogênicos. Compreendi de imediato o artigo que acabara de ler.
Se esse quadro de alto risco à saúde de qualquer indivíduo é preocupante, em se tratando do idoso a gravidade se multiplica. A vulnerabilidade do idoso é maior devido a vários fatores. O sistema imunológico está enfraquecido devido à redução da produção dos anticorpos próprios do envelhecimento dos órgãos e tecidos. Além disso, existe um acúmulo de substâncias oxidativas próprias dos muitos anos de vida que coloca em risco a integridade do crescimento celular. Acrescente-se, também, as deficiências do atendimento às necessidades fisiológicas, tais como, sono deficitário, deficiências alimentares e de hidratação, muitas atividades sedentárias, higiene precária e outros, impedem o organismo de funcionar plenamente. Finalmente, o alto número de medicamentos para o controle dos problemas crônicos que aumentam as incompatibilidades e interações entre as drogas ou entre as doenças e as drogas, é outro fator que pode justificar a maior gravidade dos quadros infecciosos em idosos se comparados aos dos jovens.
Continua na próxima postagem...