quinta-feira, 30 de junho de 2022

A felicidade faz bem à saúde. Uma opinião médica.

Continuação da postagem anterior Veio parar à minha mão um texto denominado “Tem que se procurar um amante”, do Dr. Jorge Bucay, médico psiquiatra e escritor argentino que o divulgou no Jornal “O Tempo”, em 30/11/2021. Eis a síntese do texto: “Muitas pessoas vêm ao meu consultório para me dizer que estão tristes ou que têm sintomas diferentes, como: insônia, crise de choro, falta de vontade, pessimismo e as mais diversas doenças em todo o corpo. Contam-me que suas vidas decorrem monótonas, e sem expectativas, que trabalham para nada além de subsistir e que não sabem onde ocupar o seu tempo livre. Enfim, palavras mais, palavras menos, estão verdadeiramente desesperadas.” “Antes do meu, já haviam visitado outros consultórios em que receberam um diagnóstico seguro: depressão...e a receita imprescindível do antidepressivo do momento. Então, depois que as ouço atentamente digo-lhes que não precisam de medicação, precisam realmente de um amante. É incrível ver a expressão de seus olhos quando recebem meu veredicto. Há as que pensam: como é possível um profissional que indique, alegremente, uma solução tão pouco científica? E, também, há aquelas que, escandalizadas, vão embora e nunca mais voltam. Às pessoas que decidem ficar dou-lhes a seguinte definição: amante é o que nos apaixona, o que nos ocupa o pensamento antes de adormecer e, também, quem, às vezes, não nos deixa dormir. O nosso amante é o que nos torna distraídos, o que nos deixa saber que a vida tem motivação e sentido. Muitas vezes o nosso amante é encontrado em uma pessoa, ou na literatura, na música, no cinema, na arte, na fotografia, na política, no esporte, no trabalho vocacional, na transcendência espiritual, na amizade, na boa mesa, em viajar ou no prazer de um “hobby”. Enfim, é alguém ou algo que nos deixe “enamorados com a vida” e nos afaste do triste destino de só “durar”. “Durar é ter medo de viver. É dedicar-se a espiar como os outros vivem, é “verificar a pressão arterial” todos os dias. É vaguear constantemente por consultórios médicos, tomar remédios multicoloridos, sem dar risadas, é observar com decepção as novas rugas. É cuidar do frio, da umidade, do sol e da chuva. É adiar a possibilidade de curtir, hoje, o dia todo, esgrimindo o raciocínio incerto e frágil do que talvez possamos fazer amanhã.” “Por favor, não se empenhe em durar, procure um amante. Torne-se, você, também, um amante e protagonista da vida. Pense que o trágico não é morrer. O trágico é não se animar a viver. Procure um amante para ficar realizado, ativo, sentir-se feliz e de “namoro com a vida”.