sexta-feira, 13 de maio de 2022
Será que sei lidar com a solidão(ampliado)? O que é isso?
Continuação da postagem anterior
Sempre ouvia falar em solidão e não sabia realmente o que sentimos quando temos solidão. É estar sozinha? Acho que não, porque até gosto de ter tempo para fazer as coisas que só podemos fazer sozinhos. O professor, historiador e filósofo, Leandro Karnal, em seu livro, "O Dilema do Porco Espinho" – como encarar a solidão (Planeta do Brasil, 2018), afirma que o fato de não podermos controlar o nosso isolamento de outras pessoas é o que define a solidão. Muitas vezes quero companhia e, em outros momentos, preciso de isolamento. O controle dessas duas situações é a chave que transforma o bem-estar da privacidade em solidão. Dói não ter companhia quando a desejamos e é desconfortável querer estar com a atenção interiorizada e alguém solicitá-la além dos nossos limites. Afinal, é a falta de liberdade e controle da nossa vida o que nos incomoda. Enquanto o ficar só é essencial à nossa maturidade, a solidão é sentida como dor, desconforto, tristeza profunda e mal estar. Mas, cada pessoa reage de forma diferente; enquanto para alguns o estar sozinho nunca é confortável, para outros passa despercebido, sem sensações pouco agradáveis.
O sentimento de solidão é tão frequente que quase se torna sinônimo da velhice. Os grandes centros urbanos e a vida moderna têm reforçado muito essa triste situação. O idoso torna-se um ser sem o direito e a capacidade de controlar sua própria vida e muito menos controlar a quantidade do seu isolamento.
As pesquisas ainda são muito poucas. Parece que a vida em residências ou lares para idosos não evita a sensação de solidão porque são os idosos que vivem em instituições aqueles que mais se queixam de solidão e apresentam sintomas de depressão com maior frequência. A reclamação recai sobre o afastamento das pessoas significativas e o estreitamento do círculo social. Os velhos amigos da mesma geração têm afinidades e vivências comuns e podem proporcionar um intenso conforto social. Portanto, todos os esforços devem ser dirigidos para manter a mobilidade e podermos ir até àqueles que nos fazem falta. A interação social é preciosa para nós. Mesmo assim, vamos perdendo esses velhos e preciosos amigos.
Continua na próxima postagem...