quarta-feira, 28 de abril de 2021
As diretrizes da alimentação saudável – Parte II
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Eu sei que cada alimento fornece vários tipos de nutrientes e sei que alguns nutrientes são necessários para que haja a assimilação de outros. Portanto, quanto maior a variedade de alimentos, maior a possibilidade de fornecer ao meu corpo uma quantidade de tipos de nutrientes maior. Assim, a segunda diretriz é a adoção da variedade e a fuga da “monotonia alimentar”. Variedade dentro de uma refeição, variedade ao longo do dia, variedade ao longo da semana e do mês. Os idosos tendem a repetir seus hábitos e a fugir de novas experiências o que os leva a comerem e beberem sempre as mesmas coisas; criam hábitos muito arraigados. “Não gosto disto, não gosto daquilo, mas... nunca experimentei.” Essa tendência forma um círculo pernicioso que impede a ingestão de vários nutrientes importantes e pode alterar perigosamente o bom funcionamento de seu organismo.
Estimulo meus filhos e netos a experimentar todos os tipos de alimentos, a experimentar receitas e preparações de pratos variados de forma a criar um acervo muito rico de memória gustativa que, além de lhes fornecer nutrientes variados lhes pode oferecer, também, conforto, prazer e boas lembranças. Acredito que idosos oriundos de famílias que criam bons hábitos desde a infância têm maiores probabilidades de se alimentarem com maior variedade.
A experiência ensinou-me que um alimento pode não agradar quando é preparado de uma maneira, mas pode agradar se seu preparo for alterado. Percebi que as crianças não têm facilidade em comer saladas de alface, rúcula, agrião e outras folhas e, para superar essa dificuldade, especializei-me em preparações diversas, molhos criativos e variados, sucos de folhas verdes, com frutas e outras criações similares. Com os idosos podemos fazer o mesmo. Um prato muito colorido é mais saudável que aquele de poucas cores. Tenho notado nas pessoas um mecanismo interessante. Às vezes provam um alimento e não gostam, mas, com o tempo e novos testes, acabam gostando. Podemos aplicar isso a nós, os idosos.
Optar é uma tarefa difícil, mas não há alternativa. A indústria alimentícia tem facilitado muito a nossa vida, mas ela esconde perigos impensáveis, utiliza substâncias, como conservantes e outros, que não estão ainda pesquisadas e podem originar problemas graves. Assim, é aconselhável o uso de alimentos naturais, orgânicos e não processados industrialmente. Antigamente, faziam-se conservas em casa, mas a vida moderna inibe essa tarefa.
Uma diretriz importante para as pessoas de muita idade está relacionada à consistência dos alimentos. A mastigação é essencial para manter saudáveis e com bom funcionamento os dentes, os ossos que os sustentam, a saúde das articulações da mandíbula e a musculatura facial. Portanto, aconselhamos que todas as refeições incluam alimentos que exijam mastigação como bifes e outros. É muito comum os familiares dos idosos quererem facilitar a ingestão do alimento e escolherem sopas, mingaus, cremes e outros preparados que não precisam dos dentes para serem ingeridos; isso pode ser prejudicial à saúde dos dentes, ferramentas indispensáveis à saúde do nosso corpo.
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quinta-feira, 22 de abril de 2021
As diretrizes da alimentação saudável – Parte I
Todos nós sabemos que as nossas células só podem ser saudáveis se forem bem alimentadas, ou seja, se receberem, em quantidades corretas, todos os nutrientes de que necessitam. Assim, elas não ficarão doentes com tanta facilidade.
Os técnicos chamam nutrientes a todas as substâncias que compõem o cardápio celular: proteínas, gorduras (ou lipídeos), carboidratos (incluindo as farinhas e os açúcares), vitaminas, sais minerais e água. Todos são essenciais e desempenham um papel indispensável para que as nossas células possam exercer suas funções normais.
Também é importante dar atenção à qualidade desses nutrientes. Substâncias tóxicas como as que impregnam as cascas de frutas, excesso de sódio, resíduos de alimentos tostados demais, restos de azeite ou óleo queimado, águas sujas, açúcar em excesso e outros devem ser evitados.
Os cientistas têm constatado que há uma relação entre a escolaridade e a situação econômica das pessoas com a quantidade e qualidade de sua alimentação. No entanto, os hábitos culturais são tão arraigados que se torna muito difícil alterar, modificar ou melhorar os hábitos alimentares. Tem que se fazer um esforço muito grande, mesmo em famílias com boas condições econômicas e conhecimento. Precisamos estar atentos aos nossos costumes, hábitos, rotinas e práticas.
Como é a minha alimentação? Quando vou organizar as minhas refeições sigo algumas diretrizes que garantem a saúde do meu corpo e da minha mente e são oriundas do meu conhecimento cientifico e da minha experiência.
Se quero as minhas células bem alimentadas, tenho que lhes fornecer todos os tipos de bons alimentos; quanto menos restrições existirem, maiores as probabilidades de uma alimentação sadia. A primeira diretriz é, assim, o não radicalismo alimentar; nem muito de um só, nem pouco de alguns. Só evito aqueles aos quais sou alérgica.
Para os indivíduos com muita idade são necessárias algumas adequações. O leite e seus derivados, a carne, ovos, as aves e os peixes são fontes de proteínas e estes nutrientes devem ser aumentados nos idosos porque há perda de massa muscular que só pode ser estancada com a ingestão de proteínas e exercícios e vida ativa. A água deve ser oferecida com frequência porque os idosos perdem a capacidade de sentir sede e correm maiores riscos de desidratação. Os técnicos aconselham os idosos a alimentarem-se com poucas gorduras, pouco sal e pouco açúcar, mas enriquecer as refeições com frutas e legumes variados.
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quinta-feira, 15 de abril de 2021
Autoconhecimento: um dos pilares do cuidado com a nossa saúde – Parte III
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O autoconhecimento mental, segundo os psicólogos, é a capacidade de entender nossa personalidade e o que causa as emoções que sentimos. Nós não reagimos aos eventos, nós reagimos às emoções que esses eventos nos causam.
Conhecer-se a si mesmo traz muitos benefícios. Em geral, segundo alguns psicólogos, quem se conhece, convive melhor consigo mesmo, aceita com mais facilidade seus limites e dificuldades, suas emoções e suas reações. Essa aceitação concorre para atitudes mais coerentes, mais claramente posicionadas e facilita a compreensão da própria essência que nos prepara para as adversidades do dia a dia. Estes fatores concorrem para a criação de uma personalidade mais segura, autônoma e assertiva. A consciência de nossa identidade nos faz sentir merecedores de nossas conquistas; nos empodera e aumenta a nossa autoestima.
Sob o ponto de vista mental, podemos nos conhecer de forma mais superficial observando como nos sentimos momento a momento do nosso cotidiano. Entretanto, para nos conhecermos realmente, como é nosso ser real, com profundidade, não é fácil. Um psicoterapeuta é o profissional mais adequado para ajudar nesse processo porque os fatos não são sempre muito fáceis de interpretar.
A origem das nossas angústias, das nossas tristezas, dos sentimentos incapacitantes e dos nossos distúrbios emocionais é o foco a ser procurado para adequarmos o alívio dos sintomas e a solução dos problemas. Para isso, o grande recurso é o aprimoramento do conhecimento de nós próprios.
Algumas dicas para desenvolver o autoconhecimento:
- Nós somos as pessoas mais adequadas para se encarregar de nosso cuidado; para assumir a responsabilidades por nós próprios. Se puder, não delegue.
- Aproveite o banho ou alguns momentos antes de adormecer para examinar seu corpo, olhando-o e apalpando-o.
- Anote os achados importantes e as datas de sua constatação. Reflita sobre eles e o que deve ser feito. Pergunte ou leia sobre o assunto e mantenha-se alerta. Verifique racionalmente se merecem ser explorados. Não os “jogue para debaixo do tapete” sem ter certeza que essa é a atitude mais apropriada.
- Tome as iniciativas que devem ser tomadas. Não opte por “deixar para depois”. Procrastinar, às vezes, tem um preço alto.
- Cultive momentos de solidão, olhe para dentro de si própria e analise os aspectos positivos e negativos de sua identidade.
- Expanda seu vocabulário emocional, por meio de leituras, vídeos, conversas. Sem dominar as palavras é difícil elaborar os pensamentos.
- Analise a opinião dos outros sobre você ou alguma coisa sua. Às vezes, de fora se enxerga melhor do que visto por dentro.
- Peça ajuda para a pessoa certa, na hora certa e da forma mais adequada.
Hoje o autoconhecimento é considerado um dos mais importantes pilares da saúde; é fundamental para a qualidade da nossa vida e do nosso cuidado. Vamos valorizá-lo e desenvolvê-lo uma vez que ele é imprescindível.
quinta-feira, 8 de abril de 2021
Autoconhecimento: um dos pilares do cuidado com a nossa saúde – Parte II
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O processo do autoconhecimento nunca acaba e todos os dias tenho algumas pequenas e grandes surpresas comigo mesma. Com a muita idade, mulheres e homens precisam conhecer-se, apalpar-se e sentir a existência de nódulos, manchas, regiões com a sensibilidade alterada, “sinais”, consistências não usuais, acúmulos anormais de gorduras, “nós” de massa muscular, pontos doloridos, pontos avermelhados, pústulas, partes ressecadas, o crescimento de seus cabelos e unhas e outras alterações ou deformações que merecem nossa atenção e cuidado. Pequenas variações visuais ou de consistência nem sempre são achados sem importância; devem ser examinadas, observadas e analisadas para não se transformarem em grandes encrencas. Periodicamente, faça uma viagem atenta por todo o seu corpo, observando-o com os olhos e sentindo-o com as mãos. O médico é o profissional que pode avaliar qualquer alteração física, pode diagnosticar ou encaminhar a um especialista.
Sob o ponto de vista mais funcional é aconselhado manter a atenção para os alimentos adequados, a sua urina, as suas evacuações, a sua pele e tecidos adjacentes, o seu sono, o que evitar, o que o cansa em demasia, a quantidade de exercício adequada para manter e melhorar seu desempenho, os seus horários biológicos, aquilo que o lhe dá ânimo, vigor e vitalidade e outros dessa mesma natureza. “Ouça o seu corpo”.
Em mim, eu “escuto” algumas coisas interessantes. Há dias, sem motivo aparente, senti uma sonolência logo após o jantar; achei estranho, mas resolvi ir dormir. Acordei de manhã, bem disposta, leve e pronta para enfrentar um novo dia. Com calma refleti sobre esse sono, lembrei-me de outros acontecimentos similares anteriores e desconfiei que sua causa era uma grande tensão por algumas horas, viver um evento que exigia de mim muita concentração e muita atenção. Depois de algum tempo de muita tensão, o sono era um descanso merecido e meu corpo estava refletindo o efeito dessas horas mentalmente tensas.
Outra coisa interessante que “escuto” do meu corpo, é a quantidade de alimentação a ingerir. No momento que meu corpo diz que chega, eu brinco com o garfo, empurro a comida de lá para cá, disfarço um pouco e não como. Parece que “saber” quanto eu quero comer é hereditário; encontrei uns apontamentos da minha mãe dizendo que ficava muito preocupada porque eu, aos 6 meses, não gostava de comer e que havia dias que passava as 24 horas com metade de uma bolacha e negava-me a comer mais. Tenho um neto que, em certo momento da refeição anda com o alimento espetado no garfo à volta do prato e não come mais nada. Somos os dois muito saudáveis.
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quinta-feira, 1 de abril de 2021
Autoconhecimento: um dos pilares do cuidado com a nossa saúde – Parte I
Como diz a palavra, autoconhecimento é o conhecimento da pessoa sobre ela mesma. Conhecer-se é fundamental para saber como nos cuidar, especificamente em relação à saúde. Controlar as emoções, conhecer os limites, captar os sentimentos e os motivos que nos fazem agir, interpretar as sensações e perceber alterações físicas ocorridas são algumas das vantagens do autoconhecimento. Sem isso, não podemos procurar as soluções e opções mais adequadas.
Nós não somos aquilo que gostaríamos de ser, nem física, nem mentalmente; somos o resultado da nossa genética, do conhecimento adquirido, do ambiente em que vivemos, do estilo de vida que temos e das experiências vividas. Por isso somos únicos.
Não temos grande poder sobre a nossa construção e composição física ou nossa personalidade. Precisamos experimentar, analisar, observar, refletir, viver, interagir, para nos conhecermos em cada situação. Quem não viveu a situação não a conhece e não conhece a si próprio, frente a ela. Imaginar não é saber.
Além disso, não somos todos os dias iguais, mudamos a cada segundo. Em síntese, somos o ser mais complexo, difícil e sofisticado que existe sobre a terra.
O processo de se autoconhecer é lento, exige muita atenção, muito cuidado, muita reflexão e muita observação. Requer, também, conhecimento sobre os acontecimentos passados e seus efeitos e informações sobre sua história familiar. A genética comanda entre 25% a 40% daquilo que somos.
A maioria das mulheres da minha idade foi mantida longe do conhecimento do seu corpo, era “feio” mexer nele, era “feio” mostrá-lo; quanto mais fechada e comprida a roupa das meninas, mais apreciada. Menina tinha que não aparecer, manter-se escondida do público. Até o espelho, por vezes, era desestimulado. Recato incluía, não afastar os braços do corpo em público, não os movimentar em demasia para não chamar a atenção. Com essa postura, eu e minhas contemporâneas pouco sabíamos do nosso físico, de suas formas e de suas sensações. Somente mais velhas, começamos a explorar nosso corpo.
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