quinta-feira, 25 de março de 2021
Exercícios físicos? Academia? Por quê? Parte II
Continuação da postagem anterior...
Já conversamos sobre o grande número de músculos que constituem nosso corpo e sobre a melhoria das circulações sanguínea e linfática originada pelas atividades físicas. Continuemos a estudar os benefícios dessas atividades.
Outro grande benefício do trabalho muscular é o aumento da massa muscular e da força que o exercício com resistência promove na manutenção da saúde do próprio músculo, permitindo que ele realize a sua função com maior competência, precisão e harmonia. A idade mais avançada, tende a diminuir o movimento e o uso da força e a aumentar o sedentarismo e a inatividade. Esta tendência, se não for corrigida pelos exercícios, levará mais rapidamente à degeneração e perda da funcionalidade muscular. A academia torna-se uma auxiliar excelente. Exercícios físicos bem orientados por bons profissionais são indispensáveis para a manutenção da força e da capacidade de trabalho dos músculos. O próprio músculo cardíaco precisa ser estimulado por meio de exercícios adequados para se condicionar e manter a sua capacidade bombando sangue para todas as partes do corpo. Músculos pequenos, como os esfíncteres, podem ser mantidos com bom funcionamento por meio de exercícios especiais conduzidos por instrumentos e técnicas apropriadas.
Além da musculatura, os tendões e ligamentos, que ligam ossos aos músculos, podem ser beneficiados pelos exercícios de alongamento e relaxamento. Estes tipos de exercícios mantêm e desenvolvem a flexibilidade, a lubrificação das articulações, a agilidade do movimento e a manutenção das posturas que permitem que os espaços internos do corpo facilitem a movimentação dos órgãos torácicos e abdominais. A própria coluna vertebral, com as suas vértebras bem sustentadas por músculos sadios, é um fator determinante e básico para a boa postura do tronco e para a nossa movimentação dos membros superiores e inferiores.
Por último, o exercício físico sistemático permite que as células cerebrais, bem alimentadas, produzam mais substâncias que favorecem a transmissão de estímulos neurológicos, os neurotransmissores, tais como as endorfinas, serotoninas, oxitocinas e outros que produzem bem-estar, diminuem as dores e originam a sensação de felicidade, tão benéficos à saúde. Quando estou desanimada e com preguiça de iniciar os exercícios diários, uso este mecanismo para resolver o problema. Começo a pular, a dançar, a movimentar-me com afinco para que a melhoria da circulação impacte as células cerebrais e me ajude a estimule a minha vontade. Na maioria dos casos, resolve.
Não é sem fundamento que os cientistas estão levantando evidências de que existe uma associação entre atividade física e criatividade. No jornal “O Estado de São Paulo” foi publicado um texto, no dia 23/03/2021, sobre os resultados de uma pesquisa na Áustria, que aponta essa relação. Dá para compreender.
Em síntese, os exercícios físicos, as academias, as ginásticas são essenciais à saúde. As células mantidas em ambientes mais saudáveis, tendem a terem maior vitalidade e a degenerarem com maior dificuldade. Diminuem-se as dores, as doenças e o mal-estar. A saúde agradece.
quinta-feira, 18 de março de 2021
Exercícios físicos? Academia? Por quê? Parte I
Nos últimos anos, ninguém fala sobre saúde sem mencionar os exercícios físicos como atividade fundamental para a manutenção ou desenvolvimento de uma vida saudável do indivíduo adulto. Porquê os cientistas e profissionais ligados à saúde acham tão importante exercitar a musculatura? Vamos explicar!
Podemos citar muitos efeitos positivos do exercício, todos eles “pesos pesados” para a melhoria do funcionamento corporal.
O primeiro argumento a favor da integridade de nossos músculos é o fato de que todas as funções corporais, com raras exceções, serem realizadas por meio de músculos, grandes, médios, pequenos e minúsculos. No nosso corpo existem mais de 600 músculos trabalhando com uma sincronização, harmonia e precisão admiráveis, garantindo todas as atividades necessárias à nossa vida. Qualquer falha deles poderá por em risco a nossa existência. O coração é um músculo; os pulmões estão repletos de ar porque a musculatura torácica os expandiu; a coluna é mantida ereta porque são músculos que mantêm a posição de cada vértebra; mantemo-nos de pé porque os grandes músculos das pernas o permitem; a urina sai da bexiga porque um músculo circular (um esfíncter) relaxa; e muitos outros exemplos podem ser citados. Se, se pensar em mobilidade, independência e qualidade de vida, pensa-se em trabalho muscular. Para que isso ocorra adequadamente, todos os músculos precisam ser exercitados para não degenerarem. Só a atividade mantém a sua funcionalidade.
O segundo argumento a favor do bom trabalho muscular, e tão importante como o primeiro, é a ajuda imprescindível que o trabalho muscular dá, não só à circulação sanguínea, como à linfática. Enquanto o sangue garante a alimentação e oxigenação das células e o transporte dos resíduos do trabalho celular, a linfa coleta partículas indesejáveis existentes pelo corpo e estimula o sistema imunológico a conter as ameaças. São duas funções vitais onde o trabalho muscular exerce funções fundamentais. O trabalho muscular caracteriza-se pela contração seguida de uma descontração ou relaxamento das fibras, em continua sequência; contração, descontração, contração descontração, etc. No interior das fibras musculares encontram-se os vasos sanguíneos e os linfáticos que são comprimidos na contração e relaxados na descontração, em movimento constante. Esse movimento de compressão e descompressão dos vasos empurra os líquidos facilitando e estimulando a mobilização do conteúdo dos vasos. Portanto, com o movimento muscular o ambiente celular ficará mais saudável porque recebe mais nutrientes, expulsa mais resíduos e tem maior proteção imunológica. Assim, todas as nossas células, em boas condições, vão degenerando mais devagar, se substituindo com mais controle e atuando com maior precisão. É o exercício que favorece a adequação do ambiente melhorando as condições de vida das células.
Continua na próxima postagem...
quinta-feira, 11 de março de 2021
Princípios que auxiliam a orientar nossas decisões – Parte II
Continuação da postagem anterior.…
Já falamos da agregação entre as várias partes do nosso ser, da integração dele com o seu contexto e das alterações constantes desse conjunto. Mas podemos continuar esta reflexão com outras características.
Uma particularidade importante do ser humano é que cada indivíduo é único; não há dois iguais. A herança genética que explica de 25% até 40% da nossa maneira de ser é única e as vivências e experiências não se repetem. Os comportamentos e reações de hoje são moldados por tudo que nos aconteceu, sentimos, vimos e vivenciamos. Portanto, não podemos desejar ser saudáveis com tudo aquilo que faz os demais saudáveis, não sentimos e não percebemos exatamente o que os outros sentem e percebem, não teremos sempre prazer com as mesmas coisas que dão prazer aos outros e nem sempre nos sentimos realizados com aquilo que realiza as outras pessoas. Precisamos nos conhecer e observar para termos consciência de nossas particularidades e especificidades. Temos que gostar de nós, nos respeitar e cuidar para ser autênticos e para termos sucesso quando optamos ou decidimos. O indivíduo que conhece e respeita aquilo que é, cuida-se, preserva sua identidade e integridade, almeja qualidade de vida e quer atingir um alto nível de vida saudável. Precisamos desenvolver ao longo dos anos uma consciência de nós próprios, mantermo-nos atentos ao que somos, ao que sentimos, ao que fazemos, ao que gostamos e por que atuamos de determinadas formas.
Foram necessários, também, muitos anos para compreender algumas coisas sobre a velhice ou a “muita idade”. O desgaste e a degeneração que dão origem ao envelhecimento têm uma cadência ou ritmo particular para cada indivíduo e há inúmeros comportamentos e atitudes pessoais capazes de acelerar ou desacelerar esse processo. Mas, ele é implacável.
Uma das atitudes que pode acelerar o desgaste funcional do nosso corpo é a pessoa se auto declarar incapaz, desistir precocemente de realizar certas atividades, deixar de fazer alguma coisa porque acha que não tem mais idade ou que alguém pode não achar correto. A aposentadoria é um exemplo de estímulo para abandonar atividades que poderiam continuar a manter saudáveis determinadas funções orgânicas, incluindo as mentais. Temos que continuar a manter o controle de nossas vidas, do nosso dinheiro, da nossa independência para não perdermos, mais rapidamente, a capacidade de o fazer.
Outra atitude desaconselhável é o conformismo, o negar-se a fazer adaptações na sua vida. A vida exige muitas mudanças, exige adaptações a novas formas de viver, temos que continuar a aprender novas habilidades, a modificar rotinas e hábitos. Temos que nos manter em constante interação com as novas gerações que, se precisam da nossa experiência, ajudam-nos a conviver com a modernidade e a desenvolver novas capacidades. Não podemos desistir, não podemos deixar de lutar, não podemos nos auto abandonar. A resiliência é a capacidade de se adaptar a novas situações, cria flexibilidade em nossas atitudes e é um dos mais importantes fatores para desacelerar nossa degradação vital.
Finalmente, notei ao longo da vida, que o esforço e a capacidade para viver são próprios do ser humano desde que ele nasce. Para nascer tem que fazer força e para viver também. Em geral, as decisões sobre aquilo que nos acontece são sempre de nossa responsabilidade; dependem de opções nossas. Não adianta “colocar a sujeira debaixo do tapete”, não adianta culpar os outros pelo que vivemos, não adianta fingir que não vemos e viver na fantasia. Para solucionar os problemas reais só podemos contar com os recursos reais e a realidade do contexto.
Tudo que eu disse é óbvio e a maioria das pessoas sabe, mas, na hora de agir, esquece.
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quinta-feira, 4 de março de 2021
Princípios que auxiliam a orientar nossas decisões – Parte I
Foram necessários muitos anos de vida para eu perceber muitas coisas sobre mim!
Enfim, consegui ver-me de longe, obter uma visão mais geral de como sou e, acredito, que só consegui discernir tudo isso vagamente. Percebi que minhas avaliações contêm muitos erros e, portanto, devem ser provisórias e passíveis de correções. Para chegar a esse patamar, correlacionei três grandes aquisições: a maturidade que a reflexão constante me proporcionou, a experiência acumulada em 78 anos e a iluminação do conhecimento científico.
Estamos sempre a tomar decisões e quando optamos por uma, perdemos as demais alternativas. Às vezes a perda é dolorida e a angústia da dúvida também dói. Os princípios gerais ajudam a acertar mais vezes ou a corrigir mais depressa.
Uma das grandes características vislumbradas é que meu corpo não é uma somatória de partes, como são as máquinas, é um sistema com todas as suas partes integradas. E cada uma é vital para o sistema funcionar; se alguma delas não estiver a funcionar bem, todo o sistema será prejudicado. Esta conclusão é básica para orientar qualquer decisão sobre o cuidar do meu corpo e para guiar as minhas iniciativas a fim de manter e melhorar a minha saúde. Todos os tecidos, órgãos e segmentos do meu corpo, por minúsculos que sejam (dedinhos, unhas, dentes, etc.), se são focos de problemas, merecem a atenção e o cuidado adequado para que todo o conjunto não fique prejudicado.
Assim, uma pequena infecção deve merecer atenção, uma cárie merece tratamento rápido, uma micose exige cuidados, uma mancha roxa precisa de observação, uma saliência nova precisa de controle; qualquer alteração deve ser observada e cuidada. Não deixe que um pequeno problema se transforme em grande encrenca. As pequenas adversidades são importantes exatamente porque somos um todo muito bem integrado. Apesar de existirem muitas funções corporais com papel integrador, a circulação e a rede neurológica são os mais importantes.
Além disso, o ambiente externo, seja psicológico, seja biológico ou fisiológico, seja social ou cultural interfere no funcionamento de todo o sistema que constitui a minha pessoa. Além de eu ser um conjunto totalmente integrado dentro da minha pele, estou definitivamente vinculada ao ambiente que me cerca a curta, média e longa distância. A temperatura ambiente, a umidade do clima, a poluição do ar, o ruído externo e interno, as pessoas que nós olhamos, as conversas entre vizinhas, a luz que pode nos ofuscar, aromas agradáveis e desagradáveis que chegam até nós, a música da casa ao lado, o tecido macio tocando a nossa pele, a intensidade das cores na janela e milhares de outros estímulos atuam. Tudo interfere em mim e eu interfiro, com mais ou menos significado, em tudo e todos. A relação entre o indivíduo e o ambiente é constante, contínua e deixa marcas indeléveis. Eu sou, também, o resultado disso.
Analise e avalie seu contexto com o maior rigor e procure as soluções para melhorá-lo. Sentir-se bem é fundamental para a vida saudável. Reveja seus valores, seus costumes e suas maneiras de fazer e priorize o que realmente é importante. Não tenha dúvidas em promover mudanças quando elas puderem acrescentar benefícios à sua vida. Não tenha medo do esforço que as alterações exigem. Se precisar, peça ajuda. Os outros talvez tenham prazer em ajudar.
Um dos mais marcantes exemplos desse impacto do indivíduo com o resto do mundo, é a pandemia da doença denominada COVID-19, onde um caso na China em pouco tempo atingiu o mundo inteiro e alterou a vida de todas as pessoas. E, também foram as experiências e pesquisas científicas de todos os países que auxiliaram a controlar e tratar essa moléstia. Ninguém vive isolado.
Outra observação básica para dirigir minhas ações sobre a minha saúde é que o meu corpo e a minha mente estão constantemente a mudar, mudam todos os segundos e todos os dias, mesmo que eu não perceba; suas células se renovam constantemente. Esta dinâmica permanente é produzida por mecanismos intrínsecos que exigem o uso constante de cada função. Isso explica porque o desuso de um órgão leva-o à degeneração e à morte. Temos que estar sempre em funcionamento para continuar a funcionar. É o uso das capacidades que mantêm a existência e a saúde das mesmas. Mas isso paga um preço significativo porque o uso constante de uma função produz desgaste e resíduos que ocasionam o envelhecimento. Mas... o envelhecimento é inerente à vida. Quem não está vivo não envelhece!!!
Continua na próxima postagem...
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