quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021
O Toque Terapêutico poderá ajudar suas células a funcionarem melhor.
ENTREVISTA
Com Ana Cristina de Sá, 61 anos, enfermeira, psicóloga e pedagoga, com Doutorado pela Universidade de São Paulo, com curso de formação em Toque Terapêutico nos Estados Unidos e Canadá. Foi colaboradora do Conselho Federal de Enfermagem e do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo. Publicou vários artigos científicos sobre o tema e, em 2020, lançou a 2a edição do livro “Toque Terapêutico” pela Nova Praxis Editorial. Também pode ser conhecida por reportagens e programas sobre essa prática, divulgadas pela globoplay.globo.com
MRF – O que é e quais as ações do Toque Terapêutico, ou TT?
ACdeS – É uma antiga prática de imposição das mãos utilizada pelo antigo Egito (comprovado pelo papiro de Ébers) com o objetivo de curar pessoas enfermas. Atualmente, acredita-se que essa prática pode aliviar o sofrimento e auxiliar a cura de algumas enfermidades; é um coadjuvante terapêutico que pretende harmonizar o ambiente celular e, portanto, permitir que as células funcionem melhor.
MRF – Conte-nos como o TT começou a ser aplicado como prática terapêutica, no Ocidente?
ACdeS – Na década de 1970, a Dra. Dolores Krieger, enfermeira e professora da Universidade de Nova York, publicou vários trabalhos sobre o assunto e descreveu o método estudado e praticado por ela e seus resultados positivos. No Brasil, sua prática iniciou-se no Rio Grande do Sul, em 1980 e, alguns anos depois, em São Paulo. Eu e outra doutoranda da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo fomos para os Estados Unidos e para o Canadá estudar essa técnica e completar nosso doutoramento nessa área. Hoje, tanto o Ministério da Saúde como o Conselho Federal de Enfermagem já aprovaram e ampararam essa prática por meio de uma legislação bastante abrangente. Eu já apliquei essa técnica no Hospital São Paulo, pelo SUS (Sistema Único de Saúde do Brasil), com o apoio da Universidade Federal de São Paulo. Não houve nenhuma restrição.
MRF – Como é aplicado e quais os benefícios que se espera?
ACdeS – Essa prática terapêutica só pode ser aplicada por profissional capacitado tecnicamente, com formação especializada. No início de cada sessão de TT o terapeuta faz um diagnóstico de quais partes do corpo do cliente que mais necessitam de ajuda para equilibrar sua energia. Em seguida, usa seus conhecimentos teóricos e práticos para, por meio da imposição das mãos (que não chega a tocar o paciente), ajustar o fluxo de energia até conseguir harmonizá-lo. Essa aplicação pode ser semanal ou diária a critério do terapeuta. Como promove uma melhoria em todas as células, os benefícios são sempre de ordem geral, como uma melhoria mais rápida, tempo de tratamento mais curto ou menor número de medicações. Os especialistas explicam que há uma aceleração dos processos enzimáticos, uma ativação do sistema imunológico e ajuda a liberar a endorfina, anestésico natural do corpo. Existem alguns relatos que informam sobre a ocorrência do alívio da dor, promoção do relaxamento e da tensão e diminuição da ansiedade.
MRF – Existem restrições ou contra indicações para receber uma sessão de TT?
ACdeS – Todo o ser humano, em todas as idades, pode receber uma sessão de TT. No entanto, aconselha-se a não receber tratamentos energéticos simultaneamente e evitar a aplicação em mulheres no início ou final da gestação. Porém é sugerido para aliviar a dor do parto.
MRF – Você gostaria de acrescentar alguma consideração?
ACdeS – É importante salientar que os estudos dessa prática são muito recentes e, por esse motivo, ainda estamos aprendendo a lidar com essa energia. Não temos respostas para todas as dúvidas. Outro ponto a salientar é que eu estudei e trabalho com o Toque Terapêutico pelo Método Krieger-Kunz. Não posso afirmar que outras técnicas obtenham os mesmos resultados.