quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Não se brinca com a pele do idoso – Parte II

Continuação da postagem anterior..... Com a perda do colágeno e modificação das camadas celulares, a primeira grande transformação da pele com a “muita idade” é a sua espessura que diminui significativamente, tornando a pele mais fina e menos resistente. O colágeno funciona como uma almofada entre a superfície e os músculos, vasos, tendões, etc. A sua ausência provoca lesões com mais facilidade, qualquer batida, raspada ou fricção mais forte acarreta feridas ou manchas roxas. Os vasos, sem o apoio da “almofada”, rompem-se com mais rapidez. Às vezes um pico de pressão alta pode ocasionar minúsculos rompimentos de vasos e pequenas manchas roxas. Quando isso me acontece, apresso-me a lavar o local com água fria e colocar compressas geladas por alguns minutos; atenção, só por alguns minutos. Temos que ter paciência porque as lesões levam mais tempo para cicatrizar. A lentidão dos processos fisiológicos é inerente à velhice. Eu evito ficar muito tempo sentada, levanto-me a cada hora, dou um passeio pela casa e faço massagens nos locais do corpo que são pressionados pela cadeira. Isso tende a melhorar a circulação e melhorar a nutrição celular. Massagens ajudam a circulação quando a pele está íntegra. Mas, cuidado, elas não são bem-vindas nos casos em que há feridas abertas; podem infectar. Com a idade mais avançada, as glândulas sebáceas começam a secretar a gordura natural com maior dificuldade e a pele e os cabelos tornam-se mais secos, menos flexíveis, mais quebradiços e mais vulneráveis às pressões e às agressões. A hidratação é fundamental. Cremes de boa qualidade auxiliam a manter a flexibilidade e maciez da pele. Passei a diminuir a temperatura da água do banho e adotei sabonetes neutros para não retirar a pouca gordura natural. O número de banhos e o tempo do banho, quando diminuídos, podem auxiliar e evitar que a pele fique muito seca. Os pés merecem cuidados especiais porque qualquer lesão ocasiona dificuldade para movimentar-me e, consequentemente, faço menos exercícios e aparecem problemas que podem comprometer a minha independência e mobilidade. Durante o dia, troco, pelo menos, três vezes de sapatos, ando sempre descalça por algum tempo, passo hidratantes com frequência e exponho ao sol meus pés, sempre que possível. A troca frequente de sapatos ao longo do dia impede que a pele do pé seja pressionada em algum ponto imperceptivelmente, por muito tempo. A nossa sensibilidade já está comprometida. Evito umidade e observo atentamente qualquer alteração indicativa de micose, lesões ou manchas e procuro soluções para elas. No corpo todo a umidade deve ser controlada e evitada para diminuir o crescimento de fungos e bactérias, evitando infecções e micoses. Uso roupas folgadas e em poucas camadas para que o ar circule. Durmo com o mínimo de roupa possível e dou preferência a tecidos absorventes, tipo algodão. Meias e calcinhas só são usadas quando necessárias. O sol é um recurso muito positivo se for usado com parcimônia porque auxilia a desinfecção da pele e evita a instalação de micoses, ajuda a cicatrização de lesões e a produção de vitamina D. Contudo, não dispenso o uso do protetor solar, exponho-me por pouco tempo e escolho os horários apropriados, de manhã cedo ou à tarde. Se estes cuidados não forem respeitados o sol pode tornar-se um grande inimigo da pele do idoso, envelhecendo-a e manchando-a. Outro hábito imprescindível é o autoconhecimento constante; com frequência devemos observar e palpar conscientemente todas as partes do corpo á procura de qualquer alteração: nódulos, manchas, equimoses, lesões, micoses, massas de gordura acumulada e outras. Encontrando problemas, procuramos solução com a ajuda do médico e da incrementação de nossos cuidados. Uma consulta a um médico dermatologista pode ajudar a manter a pele sadia. Enquanto, espera essa consulta, lembre-se que os melhores “remédios” para a saúde da pele são nossos comportamentos saudáveis. Uma alimentação variada e repleta de nutrientes, a circulação sanguínea estimulada pelos exercícios físicos, a ingestão de muitos e variados líquidos, o sol em quantidade e qualidade adequadas, o sono e o repouso na medida certa, o lazer e a tranquilidade, os salutares desafios cerebrais, os afetos aconchegantes, uma moradia segura e acolhedora e os demais cuidados bem regrados podem conseguir resultados inesperados. Não vacile, ponha-os rapidamente em prática!