quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Ritmo circadiano: o relógio biológico do nosso corpo - Parte II

  Torre do Cabaceiro ou Relógio das Cabaças, Santarém, Portugal, Séc. XIV

....Continuação da postagem anterior

     Estudos têm mostrado que a luz tem um efeito direto sobre a saúde do ser humano, o estado de consciência, sobre os períodos de sono e de vigília, a liberação de hormônios, a digestão, a ação de alguns medicamentos, a temperatura corporal e outros mecanismos fisiológicos. Por outro lado, rítmos irregulares têm sido associados a distúrbios do sono, obesidade, diabetes e transtornos psicológicos.

    Portanto, parece que nossas células mantêm-se mais saudáveis quando lhes são propícios os horários de funcionamento. Esse conhecimento pode contribuir com a prevenção de problemas e a recuperação e manutenção da saúde, ou seja, pode ajudar-nos a ter uma vida mais saudável. Na prática, podemos ajudar a recuperação de nossos problemas, respeitando o nosso horário biológico.

    Atenção, temos que criar o hábito de nos auto conhecer, experimentar opções de rotinas e ter paciência com a morosidade, própria da nossa idade. Observe, atentamente, o que o seu corpo fala, tente compreender o relógio do seu corpo e não seguir o relógio artificial do celular, do pulso, da parede. Observe que o horário de cada atividade orgânica está relacionado ao horário das demais atividades. O horário da primeira refeição, determina o horário da refeição seguinte porque aparece a fome após 3 ou 4 horas, o horário de iniciar o sono determina o de acordar, o horário das refeições está relacionado ao horário das evacuações e assim por diante.

     Tenha paciência com sua morosidade, porque, de tanto observar vai encontrar as respostas mais cedo ou mais tarde. Aceite-se, suas células agradecem.

 

 

 

 

  


 

 

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Ritmo circadiano: o relógio biológico do nosso corpo - Parte I

Relógio de parede, do início do Sec. XX, modelo oito, tipo Ansônia. Pertenceu a um antigo comerciante da Bahia


Se estamos preocupados com a nossa saúde e em prover um ambiente saudável para melhorar o funcionamento de nossas células, temos que compreender o nosso ritmo biológico.

     Vejamos! Você já percebeu que todos os dias e quase às mesmas horas nós dormimos, acordamos, comemos e  evacuamos? Ou seja, em todos os dias esses fenômenos se repetem constantemente. Essa constância das mudanças físicas e mentais é mantida por um relógio interno biológico que é chamado ciclo ou ritmo circadiano. O termo circadiano refere-se ao período das 24 horas.

      Sabe-se que esse controle está ligado aos mecanismos cósmicos, como por exemplo a noite e o dia (ciclo sono-vigília), a luz e a escuridão, mas os hábitos podem influenciá-lo. Quando fazemos grandes viagens de avião, experimentamos sintomas relacionados à defasagem horária ou “jet lag”, durante alguns dias, até nos adaptarmos aos novos horários.

A ciência que estuda esses fenômenos é a Cronobiologia que abrange também a regularidade de certos eventos relacionados às estações do ano e às alterações de temperatura ambiental. Essa ciência divide os seres humanos em 3 categorias: matutinos, vespertinos e indiferentes conforme sua preferência quanto ao ciclo sono-vigília. Os matutinos levantam-se cedo e trabalham melhor de manhã; os vespertinos estão mais ativos à noite e preferem dormir até mais tarde.

Ainda é uma característica biológica pouco conhecida, inclusive, não se sabe a finalidade desse ciclo sob o ponto de vista biológico e não se conhece com precisão como se dá seu controle.

O indivíduo adulto sofre pressões que o afasta de suas tendências biológicas de horário. O trabalho, a escola, a vida social, as rotinas diárias, os hábitos da família ou do grupo são alguns fatores que exigem dos indivíduos uma definição de horários que, muitas vezes, não corresponde ao seu relógio biológico interno. E essa situação ocasiona muitos problemas de saúde, nem todos ainda bem conhecidos. As pessoas com trabalho noturno ou organizado sob a forma de plantões ou turnos, com variações constantes de horário, são os que mais se queixam.

    Também, não se conhecem muito bem as alterações no funcionamento desse relógio interno provocadas pelo envelhecimento do ser humano. Alguns estudos assinalam que os idosos tendem a dormir e a acordar mais cedo. Possivelmente, porque não sofrem as pressões dos horários impostos pela sociedade. Assim, ficam mais livres para permitir que suas atividades respeitem o seu verdadeiro horário biológico.

    Lembro-me de, quando era muito jovem, considerar-me vespertina, gostar de deitar tarde e das atividades da noite. Depois, o trabalho obrigou-me a levantar muito cedo e adaptei-me muito bem ao ir dormir à volta das 22 horas. Como estive empregada até aos 77 anos, passei a vida a dormir cedo. Mesmo assim, hoje, que tenho liberdade para escolher o horário, ainda vou mais cedo para a cama onde leio, respondo as minhas mensagens, faço jogos e resolvo charadas numéricas. Muitas vezes, antes das 22 h. já apago a luz e durmo. Consequentemente, acordo, bem disposta, entre as 5 e 6 horas da manhã. Afinal sou matutina, concentro-me mais facilmente no início do dia e gosto de realizar as atividades mais exigentes logo cedo.

Continua na próxima postagem...

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Os idosos são teimosos? Carta aos jovens

NOTA: Este texto foi publicado pela primeira vez em 24/03/2020

                                       Jovens e idosos podem ajudar-se mutuamente

Meus queridos jovens de qualquer idade

Em relação à pandemia da Covid-19 (novo coronavirus) tenho ouvido dizer, com frequência, que os idosos são teimosos, não obedecem e não colaboram. Queria lembrar a todos que os idosos estão há muitos e muitos anos a decidir o que querem ou devem fazer e a terem sucesso nessas decisões. Eles, são os indivíduos que foram capazes de sobreviver a todas as dificuldades, desastres, bloqueios, amarguras, infelicidades, tragédias e perigos durante toda a sua vida; salvaram-se a si e à sua família porque tomaram as decisões corretas, durante anos e anos. Por isso, eles acreditam na força das suas maneiras de fazer.

Eles não são teimosos, eles, simplesmente não são capazes de, com a rapidez que está sendo exigida, atualmente, processar as informações, assimilar os novos conhecimentos e alterar todas as rotinas, hábitos e maneiras de agir enraizadas em seus cérebros. Seus cérebros estão condicionados e menos flexíveis e é esse condicionamento cerebral que os impede de aceitar alterações rápidas de comportamento. Alguns deles estão atordoados com tantas informações, ora verdadeiras, ora falsas, ora incompreensíveis, ora apavorantes. O medo se instala com rapidez e o mais fácil é negar, pensar que todos estão loucos, que falta tranquilidade e sensatez nos outros. Muitos nem chegam a compreender todas estas iniciativas que as lideranças governamentais estão tomando e todo o espalhafatoso aparato que esta pandemia está exigindo. Instala-se, muitas vezes, o pavor, o pânico.

Eu estou nesse grupo, tenho 78 anos, moro sozinha, cada informação que recebo sinto como uma pancada, tenho que parar, refletir e pensar. Tenho que perguntar muitas coisas para outras pessoas. Levo mais tempo a responder 10 vezes por dia, às perguntas que faço a mim mesma: E, agora? O que posso fazer? Como me comportar? Como agir?

Se os mais novos compreenderem estes aspectos poderão ajudar os seus queridos e amigos idosos e contribuir com a vitória esperada por todos. Eles precisam de ajuda para pensar.

É necessário que expliquem aos idosos com tranquilidade, carinho e muita paciência que estamos enfrentando uma guerra universal contra um inimigo desconhecido que pode matar muita gente. Tem que ser muitas vezes repetida a ideia de que só temos alguma chance de vitória se fugirmos e nos esconder do inimigo, nos isolando de todas as pessoas que podem estar com ele nas mãos e nas superfícies em que tocam. A casa é o nosso maior refúgio. E, se não colaborarem colocam a vida de muitas pessoas em risco, inclusive seus descendentes, amores, conhecidos e amigos. Só com o isolamento e a união poderemos ultrapassar esta tragédia. Eles precisam dar o exemplo e ajudar a comunidade. Precisamos deles para isso.

Os mais novos devem ajudar pacientemente o idoso a planejar sua vida, suas novas rotinas, seus novos entretenimentos e seus novos cuidados para a saúde, nos mínimos detalhes. Lembrar de selecionar as informações, usar técnicas de relaxamento, utilizar horários alternativos, reduzir o sedentarismo, aceitar alimentos diferentes, valorizar a hidratação e fortalecer a imunidade.

Para o mais novo é muito mais fácil mudar, aperfeiçoar a generosidade, usar de criatividade, aceitar as diferenças e adequar as atitudes ao novo mundo que está surgindo. E tem que escutar os mais velhos, tem que respeitar suas considerações, sua inteligência, sua experiência e seu conhecimento, tem que lhes demonstrar amor, interesse e companheirismo. Eles também podem ter boas ideias. Os mais novos têm também que fazer o esforço necessário, fazer a sua parte e lembrar que impaciência e irritação são sentidas pelo idoso como violência. Não podem esquecer que brincadeiras, gozações e piadas só são éticas e adequadas quando os dois lados se divertem; caso contrário podem machucar muito.

Eu preciso de compreensão, respeito e carinho; e não de autoritarismo e arrogância.

No final, vamos todos aprender muito e, talvez, nos tornaremos melhores.

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Como é difícil pedir ajuda!!!!!!!

               Quando percebi, estava chorando, as lágrimas caiam-me pelo rosto. Os meus dois filhos olhavam-me espantados e ficaram aflitos porque a mãe deles não costuma chorar. Eu também fiquei estranhando. Aquela aflição, a dor no peito, a sensação de aperto, sintomas irreconhecíveis! Que estranho! Nunca tinha acontecido comigo.

     Estávamos reunidos numa sala, conversando sobre as iniciativas burocráticas necessárias para passar para eles o meu patrimônio em Portugal. Eu sempre fizera isso, estava habituada a lidar com os bens, com os dinheiros, com os bancos, com os cartórios, com os advogados, com funcionários. Eu queria pedir que um dos meus filhos viajasse comigo até Portugal e me ajudasse nessas iniciativas. Sentia que não era capaz de, em alguns dias, tomar as providências necessárias. Tinha que fazer muito esforço para vencer algo interno e assumir que, agora, com a minha idade, eu não era capaz. Percebi que eu já não era aquela mulher independente, muito mais capaz de ajudar os outros do que ser ajudada. Nessa empreitada havia alguma coisa que exigia uma força que eu já não tinha. Estava habituada a motivar outras pessoas, a estimular os amigos, os alunos, os familiares para fazerem, tomar atitudes importantes, agirem. Agora, as coisas simples pareciam complicadas, ir de cá para lá, marcar horários, mover-me de um lugar para outro e tomar iniciativas pareciam-me difíceis, complicadas, acima das minhas capacidades.

     Assumir e aceitar que eu precisava de ajuda, doía tanto que me fez chorar. Ultrapassar a barreira da minha autoimagem de pessoa capaz, forte, que enfrenta as dificuldades com facilidade e que resolve seus problemas sem precisar de pedir ajuda, transformou-se em um profundo sofrimento. Que vergonha pedir ajuda!!!!

     Pedir ajuda foi assumir meu limite, minha incapacidade, minha fragilidade. Mas, aos 76 anos temos que o fazer. É necessário contar com auxílios variados para manter a nossa qualidade de vida, o nosso bem-estar e a nossa integridade física e mental. O idoso precisa ultrapassar a sua vaidade, o seu orgulho e assumir a sua maior vulnerabilidade. É, talvez, a única solução para alguns problemas que se instalam gradativamente e vão povoando a vida do idoso de dificuldades e limites.

     Quando eu estava decidida a divorciar-me, meu irmão, com uma crise de generosidade, disse-me que eu precisava de ajuda, precisava dizer como alguém me podia ajudar. Sem isso, ninguém tinha possibilidade de me ajudar. E eu estava muito atrapalhada, sem saber o que fazer. Ele só me poderia auxiliar se eu indicasse claramente, como e em que aspecto. Eu não estava habituada a pedir auxílio. Talvez pelo fato de ser a neta e a filha mais velha foi minha primeira experiência de assumir uma fragilidade. O fato de ceder e pedir ajuda, ajudou-me muito e me tirou de cima muitas dificuldades.

     Várias pesquisas e estudos constatam que o homem tem maiores dificuldades que a mulher em relação a cuidados com sua saúde, frequentar os consultórios médicos, tratar dos dentes, adquirir aparelhos auditivos, usar os óculos e cuidar de si. Só o fazem quando a gravidade já atrapalha o trabalho ou as dores incomodam muito. Foram habituados a que “precisam ser fortes”, independentes, não podem se queixar, “não podem chorar”. Não podem ser vistos como frágeis, vulneráveis, limitados. As pesquisas demonstram que, nos homens, os problemas de saúde só são cuidados em fase mais adiantada, mais complicada e com menor chance de solução.

     Para o idoso, seja homem seja mulher, a ajuda de terceiros, o auxílio de profissionais ou dos familiares é o único recurso que lhes pode dar uma vida com bem-estar e melhorar sua sobrevivência.

     Vencer o medo, a vergonha, o orgulho ou a vaidade para pedir ajuda é necessário apesar de dolorido e difícil. E quanto mais cedo, melhor. As consequências de não expressar essa necessidade também traz muito sofrimento e muitos problemas.

     Hoje, compreendo melhor o meu pai. Ele deve ter sofrido muito por não ser capaz de vencer o seu orgulho. Sutilmente, recusava ir ao médico, pedir uma orientação profissional, pedir ajuda aos filhos. Foi roubado, não foi compreendido, aceitou que supuséssemos que ele não respeitava compromissos, não compreendíamos seus comportamentos anômalos, aceitou críticas, sofreu rejeições. Tudo por falta de compreensão nossa e conhecimento sobre estes aspectos do envelhecimento. Uma das grandes dificuldades do envelhecer é que os jovens nada sabem sobre o que os de muita idade sentem ou passam. Nunca foram velhos!!!

     Nós, quando percebíamos, oferecíamos auxílio, mas estávamos tão habituados a obedecer que aceitávamos pacificamente suas recusas. Como erramos!!!!! Fomos educados por ele a ser liberais, a aceitar que os demais tinham direitos de escolher o que queriam e que cada pessoa deveria ser respeitada nas suas particularidades. Jamais impúnhamos a nossa maneira de pensar.

     Portanto, temos que pedir ajuda quando for necessário. Temos que vencer as alegações que usamos, medo da rejeição, vergonha, orgulho ferido, vaidade, e enfrentar o “monstro” da solicitação de auxílio. Mas….não é de qualquer forma. Se tomarmos alguns cuidados evitamos sofrimentos e aliviamos dores. A minha experiência diz-me que se pedirmos para pessoas que gostam da gente e são generosas, é mais fácil. É mais fácil pedir para pessoas pacientes que para aquelas que não têm tempo nem para si próprias. É mais fácil pedir para pessoas com muita idade, amigos, parentes idosos ou vizinhos do que para jovens que não podem entender tão bem nossas dificuldades. Os generosos vão gostar de nos ajudar, sentem-se úteis.

     A forma de pedir também pode ajudar. Facilita muito ser clara e objetiva quando conseguimos e tentar explicar muito bem como, quando e em quê precisamos de ajuda. Às vezes, é  útil fazer uma lista, às vezes uma agenda, às vezes uma demonstração ou às vezes um desenho.

     Quando aguardamos um momento apropriado ou escolhemos um horário de tranquilidade em que o auxiliar pode nos dar atenção, os empecilhos serão minimizados. Pedidos mais complexos podem ser feitos em reuniões marcadas para se tratar do assunto.

     Um aspecto muito importante é que, como alguns de nós teriam muito prazer em poder ajudar outras pessoas, há indivíduos de todos os tipos e idades que, talvez, gostassem muito de nos ajudar. Será que não se sentiriam mais úteis quando oferecem seu braço, seu ombro, sua generosidade? Que prazer meu filho sentiu ao ajudar-me na ocasião em que chorei! Como ele, muita gente tem prazer em ajudar; sentem-se pessoas melhores, capazes de fazer o mundo ser melhor.

     Pedir ajuda, sim, mas com discernimento e sem temor. Escolher, com capricho para quem pedir, quando pedir e como pedir. Talvez um dia você possa retribuir ajudando um outro indivíduo que precise e, pode ter certeza, vai sentir-se muito bem.

 

    

    

    

    

    

           

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

O sol: seus benefícios e muita idade

     A vida terrestre só é possível porque o sol existe. É a grande estrela central, o maior corpo celeste do nosso sistema planetário. A luz solar é o sustentáculo das características e da dinâmica climática do planeta Terra.

     O sol emite vários tipos de radiações, algumas visíveis e outras invisíveis, mas todas têm influência no corpo humano.  

Entre as mais importantes radiações solares para a nossa saúde estão os raios infravermelhos (que proporcionam o calor) e os raios ultravioletas (que proporcionam o bronzeado e têm poder germicida), ambos invisíveis.

Essas radiações provocam 3 tipos de ação: fornecem luz, calor e ocasionam algumas reações químicas.

O calor dos raios infravermelhos (IV) faz com que a temperatura da pele aumente e, consequentemente, os capilares   dilatam-se avermelhando o tecido cutâneo e aumentando a sensibilidade pelo estímulo das terminações nervosas. Além disso, provoca um aumento na atividade das glândulas acelerando a eliminação de resíduos pelo suor.

Por sua vez, os raios ultravioletas (UV) são responsáveis pelo bronzeamento devido à maior produção de pigmentos de melanina na pele e pela produção de vitamina D, bem como atua como desinfetante ou germicida.

Devido à inclinação da Terra em relação ao sol, a intensidade dos raios solares que atinge o corpo humano é mais intensa no horário ao redor das 12 horas, nas regiões com clima tropical e equatorial e no verão.   

Os benefícios da luz solar para a saúde do corpo humano são incontáveis. Vamos citar os mais importantes:

- Produz Vitamina D – Essa vitamina é um nutriente muito importante para o sistema imunológico que provê a proteção e defesa do organismo, como também para a prevenção da osteoporose (ossos frágeis devido à diminuição da massa óssea), muito comum nos idosos que têm mais dificuldade nos processos de assimilação do cálcio. Bons níveis de vitamina D também auxiliam a melhorar e fortalecer o sistema muscular, a manter o equilíbrio e ajuda a reduzir chances de resistência à insulina melhorando a qualidade de vida dos diabéticos. O idoso tem muita dificuldade para manter bons níveis de vitamina D o que torna o sol um auxiliar poderoso. Portanto, aconselha-se os indivíduos de muita idade exporem-se ao sol, sem protetor solar, entre as 11 e 13 horas, durante 15 ou 20 minutos, com o mínimo de roupa possível. Esse tempo de exposição não é suficiente para causar prejuízo à saúde do idoso.

- Diminui o risco de depressão – Os estudos científicos têm constatado que o sol estimula a sensação de bem estar e alegria, mas os mecanismos ainda não são conhecidos. Alguns cientistas levantam a hipótese do sol estimular a produção de endorfina (antidepressivo natural) pelo cérebro.  

- Melhora a qualidade do sono – Ajuda a regular o ciclo do sono e evita insônias promovendo o descanso porque a luz solar desencadeia a dinâmica do ciclo circadiano. O ciclo circadiano é um ritmo biológico próprio dos seres vivos que, no ser humano, regula o sono e o apetite em forma de ciclos que se repetem a cada 24 horas. É um relógio biológico. O período do sono nos adultos dura cerca de 8 horas e a vigília 16 horas. É a luz solar que desencadeia e estimula esse ritmo e quanto mais regulado ele está, mais saudável é o nosso corpo.

- Atua como germicida – Os raios ultravioletas são comprovadamente germicidas e essa qualidade pode ser usada no tratamento de infecções, e na organização de ambientes livres de microrganismos, tanto residenciais, como institucionais. Como as pessoas de muita idade são mais vulneráveis às infecções, o uso do sol para sanear a habitação e os objetos de uso doméstico é altamente recomendado.

- Auxilia no tratamento de problemas de saúde – Pode tornar-se um importante auxiliar na cicatrização de feridas devido ao estímulo da circulação ocasionado pelo calor e ao poder germicida dos raios ultravioletas. Além disso, pode auxiliar alguns tratamentos de doenças como dermatites e osteoporose em idosos devido à produção de vitamina D.

- Bronzeia a pele – Finalmente, pode-se citar o bronzeamento como um benefício estético, uma vez que essa cor remete à vida saudável e à prática de esportes. Os raios solares estimulam a pigmentação da pele provocando alterações nas células que contêm melanina. Nos idosos pode provocar manchas porque os processos de pigmentação já estão com seu funcionamento envelhecido.

     Apesar dos inúmeros benefícios e vantagens da utilização do sol como recurso para desenvolver a saúde, se não se tomarem alguns importantes cuidados, os raios solares podem ocasionar sérios e graves problemas.

A longo prazo a exposição excessiva aos raios ultravioletas podem causar alterações degenerativas como o câncer de pele e reações inflamatórias nos olhos (conjuntivites), alterações nas córneas e cataratas. Com o aumento da idade, as radiações ultravioletas induzem o envelhecimento, ou seja, a pele seca, torna-se enrugada, de cor amarelada, flácida, com menos elasticidade e com manchas brancas ou pigmentadas.

Para que os malefícios não se manifestem ou não se manifestem tão cedo, é necessário que se tomem importantes e constantes cuidados:

- Evite a exposição prolongada (acima de meia hora) ao sol entre as 11 e as 16 horas, sem protetor solar.

- Nas atividades ao ar livre use roupas brancas com mangas e chapéu com abas.

- Vinte minutos antes de se expor ao ar livre, aplique uma camada uniforme de um protetor solar com fator de proteção (FPS), no mínimo, igual a 30. Renove a aplicação a cada duas horas. Mesmo com nebulosidade, não deixe de usar o protetor uma vez que os raios ultravioletas atravessam as nuvens. Transforme esse cuidado em hábito diário. Os protetores solares para crianças, em geral, são mais neutros que os para adultos.

- Mantenha-se bem hidratado aumentando o consumo de líquidos. É melhor beber líquidos muitas vezes que muito líquido de uma só vez.

- Use hidratantes diariamente.

- Ao sair de casa em dias mais claros use óculos de sol para a proteção dos olhos.

- Dê preferência ao uso de roupas leves e tecidos naturais para evitar a sudorese. Roupas pesadas e tecidos sintéticos dificultam a evaporação do suor e aumentam a sudorese.

- É importante consumir frutas, vegetais e carnes magras e diminuir a ingestão de açucares e gorduras. Os cereais também são aconselhados.

     Agora, a criatividade de cada um de nós pode criar oportunidades para usar os raios de sol em benefício de si próprio com o aproveitamento de todas as vantagens desse recurso bom e barato.

     Não se esqueça que o nosso país é bastante ensolarado e tem clima quente na maior parte de seu território. Os indivíduos de mais idade têm seus mecanismos orgânicos mais lentos e menos competentes, são mais vulneráveis e possuem sua sensibilidade diminuída. Os cuidados apontados tornam-se essenciais para sua saúde e bem estar.