Composição com uma toalha antiga de linho e rendas do Séc. XIX |
Gripes?
Diarreias? Lavar as mãos I
Há alguns dias, após ter lido um artigo sobre a
importância de lavar as mãos para prevenir doenças, fui fazer os meus
exercícios na academia propondo-me a observar onde colocava as minhas mãos.
Elas abriam as portas, tocavam em inúmeros equipamentos de ginástica, apertavam
as mãos e a roupa de outras pessoas, coçavam meu nariz, puxavam meu cabelo para
trás, colocavam a camiseta no lugar, repuxavam as manivelas de controle dos
equipamentos, etc. Em resumo, andavam de lá para cá, possivelmente, espalhando
milhares de micróbios, para os outros e para mim mesma, transformando as minhas
mãos em um ótimo veículo de transporte desses agentes patogênicos e suas
doenças infecciosas, fontes de transtornos, febres, fraquezas, dores, tosses e
mil outros incômodos. Elas possuem um conjunto de bactérias permanentes,
difíceis de serem eliminadas, células descamativas, bactérias transitórias,
suor, sujidade, oleosidade e outros elementos que explicam a efetividade do transporte
de muitos agentes patogênicos. Compreendi de imediato o artigo que acabara de
ler.
Se esse quadro de alto risco à saúde de qualquer
indivíduo é preocupante, em se tratando do idoso a gravidade se multiplica. A
vulnerabilidade do idoso é maior devido a vários fatores. O sistema imunológico
está enfraquecido devido à redução da produção dos anticorpos próprios do
envelhecimento dos órgãos e tecidos. Além disso, existe um acúmulo de
substâncias oxidativas próprias dos muitos anos de vida que coloca em risco a
integridade do crescimento celular. Acrescente-se, também, as deficiências do
atendimento às necessidades fisiológicas, tais como, sono deficitário,
deficiências alimentares e de hidratação, muitas atividades sedentárias,
higiene precária e outros, impedem o organismo de funcionar plenamente.
Finalmente, o alto número de medicamentos para o controle dos problemas
crônicos que aumentam as incompatibilidades e interações entre as drogas ou
entre as doenças e as drogas, é outro fator que pode justificar a maior
gravidade dos quadros infecciosos em idosos se comparados aos dos jovens.
Os efeitos positivos na diminuição das infecções com a
higienização das mãos não é um conhecimento novo. No Século XIX, um médico,
Semmelweis, mostrou que a lavagem das mãos, antes de tocar em uma parturiente,
poderia diminuir significativamente as infecções nessas mulheres após o parto.
Atualmente, inúmeras publicações científicas comprovam que essa estratégia,
além de barata, é fácil de ser executada e não exige recursos sofisticados.
Também a literatura científica constata e prova que há uma relação estreita
entre a higienização das mãos e a redução de infecções. Quanto maior o número
de lavagens, maior é a redução das infecções. E não é só isso. A maneira de
lavar as mãos pode aumentar a eficácia do procedimento. Não é só lavar, o ideal
é lavar de forma eficiente.
(continua na próxima postagem)