quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

A atividade motora: imprescindível para o cérebro (já publicado)

Continuação da postagem anterior... Já sabemos que para o ser humano desenvolver ao máximo seus potenciais fisiológicos, anatômicos, bioquímicos e metabólicos, o homem precisa de uma determinada quantidade de atividade motora durante toda a sua vida. A natureza do ser humano exige o uso adequado da musculatura. A Federação Internacional de Medicina Esportiva afirma que “as atitudes coerentes com a vida saudável produzem maior alegria de viver, adicionando vida aos anos e, provavelmente, anos à vida.” No que se refere ao conhecimento que hoje fundamenta a relação entre a atividade motora e o cérebro, temos décadas de estudos demonstrando o impacto positivo do exercício na conformação e funcionamento cerebrais. O cérebro não só precisa, como lhe é imprescindível a atividade física para funcionar adequadamente. Esses estudos demonstram que o indivíduo submetido a exercícios sistemáticos possui uma maior capacidade de regular os hormônios do estresse e, consequentemente, aumentam sua capacidade de resistência aos fatores estressantes, diminuindo-lhe os prejuízos ocasionados por esses fatores. Além disso, a ciência tem mostrado que a atividade motora constante é capaz, também, de aumentar a produção de enzimas antioxidantes. Os benefícios dos exercícios não param por aí. Verificou-se que eles aumentam o metabolismo, a oxigenação e o fluxo sanguíneo cerebral ocasionando aumento da massa do cérebro como, também, aumenta a produção das substâncias antidepressivas e das que são responsáveis pelo bom humor e bem estar. Um importante resultado da atividade física é a produção de enzimas que provocam a diminuição da sensibilidade à dor, a euforia e o estímulo ao aumento de sinapses, ou seja, ligações entre os neurônios, importante mecanismo das atividades de aprendizagem, raciocínio e memória. Por último, o exercício diminui os fatores de risco do exterior, ou seja, protege o cérebro de condições problemáticas como a inflamação, a hipertensão e a hiperglicemia. Estes problemas metabólicos, quando não tratados, podem comprometer a capacidade cognitiva do ser humano. Como resultado dessas ações positivas da atividade física, a saúde mental pode usufruir de um recurso coadjuvante para o tratamento de condições como depressão, ansiedade, fobias e pânico, transtornos compulsivos e estresse. Em idosos, as moléstias como Alzheimer, Parkinson, perda de massa cinzenta, declínio funcional, reabilitação de AVC (acidente vascular cerebral) e outras degenerações próprias da idade mais avançada também podem ser desaceleradas com a adesão a programas de exercícios motores. A adesão duradora a um programa de exercícios é estimulada por exercícios moderados e escolhidos pelo próprio indivíduo. Em idosos é fundamental uma relação afetiva que estimule essa adesão. Nós precisamos gostar daquilo que fazemos. Deve-se salientar que esse auxílio terapêutico coadjuvante, para os idosos, torna-se ainda mais importante porque permite diminuir o uso de fármacos nem sempre isentos de riscos. Continua na próxima postagem...