quinta-feira, 8 de setembro de 2022

O sono é fundamental para a saúde (já publicado) – Parte I

Até há poucos anos escutei dizer que “quem madruga Deus ajuda”. Antigamente, os pais acordavam as crianças cedo para lhes incutir “bons hábitos”. Pensavam que dar bom exemplo era acordar cedo e dormir poucas horas por dia porque era sinal de pessoa trabalhadora e ativa. As pessoas tinham orgulho em dizer que se sentiam muito bem dormindo apenas quatro ou cinco horas por dia. Dormir, para as gerações passadas, era sinônimo de preguiça. Aos 15 anos eu dormia cerca de oito a nove horas diariamente e, se não completava a porção de sono necessária, passava o dia todo sonolenta. Não falava muito sobre isso para não dizerem que eu era preguiçosa. Percebi também que, quando ficava uma noite sem dormir, no dia seguinte precisava dormir o dobro do tempo. Os meus pais eram sábios, respeitavam muito a minha necessidade de sono e favoreciam as condições para que eu pudesse dormir o tempo que fosse necessário. Eles também dormiam muito bem. A partir de meados do século passado o conhecimento científico sobre o sono se desenvolveu muito devido ao aparecimento de instrumentos especializados e bastante precisos que podiam captar informações cerebrais com maior acuidade e confiabilidade. Assim, as pesquisas científicas puderam intensificar-se e, atualmente, já está demonstrado que dormir o necessário e descansar após exercícios físicos intensos são importantes para a saúde. O sono é uma necessidade fisiológica com importante função restauradora e reguladora de todo o organismo, necessária para a preservação da vida saudável. Isso justifica o indivíduo estar atento à qualidade dessa função e procurar auxílio profissional sempre que note alterações. Parece que o sono é induzido pela liberação do hormônio hipofisário, a melatonina. Alguns horários durante as 24 horas do dia, como madrugada e após o almoço, favorecem a liberação dessa substância. A exposição ao sol, a ingestão de carboidratos e banhos mornos são alguns fatores que também aumentam a produção de melatonina. Esses agentes podem ser usados para melhorar a qualidade do sono nos idosos. Continua na próxima postagem...