quinta-feira, 9 de junho de 2022

Felicidade faz bem à saúde. É ciência?

Felicidade! Quem não pensa nela? Quem não a deseja? Quem não sonha com ela? Nossos pais e avós nunca a estudaram na escola, não era matéria a ser aprendida, os cientistas não a consideravam seu foco de estudo. A situação mudou na segunda metade do Séc. XX, quando foram desenvolvidos os aparelhos de diagnóstico que realizam “varreduras técnicas” em nosso cérebro e têm capacidade de localizar, em determinadas regiões cerebrais, onde se instala o medo, a paz, a depressão e outros estados de espírito similares. Hoje conceitua-se “felicidade” como um estado emocional positivo, com sentimentos de bem estar, contentamento, satisfação plena. Os cientistas a consideram como uma emoção básica que os seres humanos, de qualquer parte do mundo, sentem. Diversos estados e experiências podem produzir a sensação de felicidade, tais como, amor, alegria, o prazer sexual, o contentamento, a sensação de segurança, a saciedade e outros. A psiquiatria e a psicologia assumiram a felicidade como objeto de estudo e já temos algumas conclusões. A ciência não conseguiu comprovar a existência de relação entre felicidade e condições externas como idade, renda, afetos positivos, estado civil, aparência física, gênero e outras características sociais, demográficas e culturais. Não adianta pensar que dinheiro ou celebridade são fontes inquestionáveis de felicidade. Felicidade não depende de fatores externos, ela é intrínseca ao indivíduo. Cada um reage frente aos fatores externos de forma diferente e muitas pessoas continuam felizes apesar de eventos menos agradáveis. Mesmo acidentes graves, perdas afetivas importantes, paraplegias, incapacidades funcionais impactantes e outros, após a adaptação, não impedem as pessoas de sentirem felicidade. Depois de algum tempo, os indivíduos que ganham na loteria, possuem um nível de felicidade igual ao nível anterior à premiação. As pessoas reagem intensamente aos eventos, mas se adaptam rapidamente. É a forma de interpretar os eventos e condições de vida que influencia a sensação de felicidade e satisfação. Essa sensação parece ser estável, permanece ao longo da vida e pouco se altera com os eventos externos. Porém, as pesquisas indicam que as pessoas que se descrevem comprometidas com a espiritualidade tendem a obter maiores índices de felicidade e satisfação com a vida. Também parece que estes indivíduos lidam melhor com os eventos adversos que ocorrem no decurso de suas vidas. A espiritualidade também parece ser um fator que está associado a uma melhora de saúde mental, menores índices de transtornos psiquiátricos e comportamentos suicidas. Continua na próxima postagem...