quinta-feira, 31 de março de 2022
O equilíbrio postural e a muita idade (já publicada anteriormente) – Parte I
Faltam alguns meses para eu completar 80 anos e já enfrentei alguns momentos de falhas no equilíbrio do meu corpo. Essas experiências motivaram a procura de informações confiáveis em artigos científicos, de autores reconhecidos. Apresento, aqui, a síntese do que aprendi. O equilíbrio corporal é o resultado de um complexo sistema que permite ao nosso corpo se movimentar livremente no meio ambiente sem se atrapalhar com as instabilidades ocasionadas pela força da gravidade. É um processo automático e inconsciente; não o sentimos e nem o controlamos voluntariamente. É o que nos permite andar e mexer sem cair. Portanto, é essencial para a nossa qualidade de vida. Para o ser humano manter-se equilibrado durante a movimentação, existe um sistema, bastante sofisticado, que atua sob o controle do cerebelo, um órgão situado na parte posterior, dentro do crânio. Esse sistema é constituído pela atuação sincronizada da visão, das sensações corporais e do sistema vestibular do ouvido interno. Além dessa sofisticada combinação o equilíbrio precisa da atuação competente dos músculos responsáveis pela mobilidade do nosso corpo. Todo esse conjunto de órgãos é responsável pelo equilíbrio estático, com o indivíduo parado, e o equilíbrio dinâmico, com o indivíduo se movimentando no meio ambiente. O envelhecimento vai degradando a habilidade das funções e tende a comprometer lentamente as várias partes do sistema do equilíbrio corporal ocasionando quedas e acidentes extremamente graves. Essas quedas são as principais causas de internações hospitalares e, com frequência, produzem sequelas graves e até a morte em idosos. Portanto, é necessário aprender e estar alerta para os sintomas da falta do equilíbrio e as intervenções para prevenir o desiquilíbrio e suas consequências. Esses episódios podem impedir as atividades cotidianas, a marcha, a manutenção dos contatos sociais e outros. Além disso ocasiona uma grande insegurança e torna-se um fator impeditivo da vida ativa e independente do indivíduo. Entre os sintomas mais frequentes, destaca-se a tontura, a sensação de desiquilíbrio, as oscilações involuntárias do corpo, a sensação do ambiente rodando e a dificuldade de manter o corpo estável. O primeiro cuidado é procurar um médico otorrino para conhecer os aspectos que ocasionaram o episódio de desequilíbrio ou controle da postura corporal: alterações do sistema vestibular (no ouvido), alterações neuro motoras, diminuição da força muscular, medicação, estresse, desidratação, depressão e outras. Esse médico pode rever medicações, encaminhar a especialistas, orientar sobre os cuidados a tomar etc. Paralelamente, é importante a implementação vigorosa dos cuidados gerais, como exercícios, alimentação saudável, lazer, sono e repouso adequados, medicação correta e contínua, ginástica cerebral, autovigilância cuidadosa e outros que sejam possíveis. Sempre que algo não está correndo bem com nossas células, é necessário que reforcemos esses cuidados gerais para complementar o tratamento médico. Não podemos esquecer que os melhores remédios estão dentro de nós; o importante é ativá-los.
Continua na próxima postagem...