quinta-feira, 3 de junho de 2021

Pequenos órgãos, grandes encrencas: a epiglote

Você já notou como os idosos se engasgam com facilidade? É muito frequente, durante as refeições, um idoso se engasgar, tossir e, às vezes, até vomitar. Além de desagradável e constrangedor para todos, o engasgo pode ser perigoso. O que acontece? O alimento ou a bebida penetra na canalização que vai para o pulmão, quando deveria ir para o estômago. O alimento que se desvia do caminho normal passa por uma região sensível e aparece o engasgo, seguido da tosse. A tosse é um jato de ar rápido impedindo que o alimento penetre no canal errado. O engasgo e a tosse são mecanismos de defesa do organismo para impedir que o alimento vá atrapalhar a respiração. Para compreender melhor, vamos explicar os condutos que existem depois da garganta. Quando acaba a garganta existe a faringe que se bifurca em dois canais diferentes. Aquele que leva o ar até aos brônquios e pulmões, é a laringe; nele só pode entrar o ar da respiração. O outro é o que conduz os alimentos para o estômago: o esôfago. No ponto onde a faringe se comunica com a laringe existe uma “língua pequena”, musculosa, que funciona como tampa, a epiglote. Ao deglutir, a epiglote tapa a laringe para deixar o alimento seguir para o esôfago. Nos momentos da respiração, a epiglote mantém-se aberta. Com o avanço da idade, há alterações naturais na fisiologia, ou aparecem doenças, que enfraquecem os músculos e interferem na capacidade dos músculos. A epiglote passa a não trabalhar com a mesma competência. O movimento de fechar rapidamente e o abrir-se a seguir, não se dão de forma tão rápida e efetiva e o indivíduo começa e engasgar-se com frequência. Quando esse problema é constatado a primeira coisa a fazer é procurar conhecer a causa, o que só um médico pode diagnosticar. Na maioria das vezes, um clínico geral ou um geriatra pode verificar as origens dessa problemática. Se não houver nenhuma patologia que cause os engasgos e esses sejam produzidos somente pelas alterações próprias da idade, a solução está em alguns exercícios especiais, fáceis, para fortalecer a musculatura da epiglote. Como ela se movimenta na deglutição, exercícios sistemáticos e diários de deglutir durante alguns minutos, são um bom remédio. Após alguns dias percebe-se que se deixa de engasgar com frequência. Eu tenho experiência com esse problema. Logo que percebi um aumento dos eventos de me engasgar e o médico não encontrou patologia específica, comecei a praticar esses exercícios. Depois de algum tempo deixei de me engasgar. Hoje, faço, diariamente, uma sessão de exercícios, constituída por: - 30 vezes uma “engolida”, abrindo e fechando a epiglote; - a seguir, 10 vezes, uma engolida com o fechamento simultâneo da respiração, enquanto conto mentalmente até 10 e solto; - por último, repito outras 30 engolidas. Este programa inclui os exercícios que melhoram a rapidez de reação e os que melhoram a força muscular da pequena epiglote.