quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Líquidos em quantidade adequada II


Xícaras antigas de várias épocas e locais

Continuação da postagem anterior....

Com a idade surgem algumas alterações fisiológicas próprias do envelhecimento que dificultam a manutenção do equilíbrio hídrico e que nos obrigam a ficar mais atentos. A sensação de sede que deve sinalizar a necessidade de ingestão hídrica está mais demorada e menos perceptível ou inexistente, a incapacidade física está mais limitante impedindo por vezes o acesso ao líquido e o uso de alguns medicamentos (diuréticos e laxantes) que aumentam as perdas de água. O consumo de líquidos também pode ser afetado pela existência frequente de problemas de dor, de visão e de deglutição. Uma baixa ingestão alimentar, o aparecimento de alterações cognitivas, o uso de sedativos e o medo da incontinência urinária são fatores que também podem impedir a ingestão adequada de água. Nesses casos há necessidade de intervenções mais precisas e bem definidas para que não se instale uma desidratação.

Há vários estudos científicos que provam que o aporte adequado de líquido está associado a vários resultados positivos em idosos como menor número de quedas, melhoria nos níveis de sono durante a noite, menores taxas de constipação intestinal, confusão mental, delírios, insuficiência renal e infecções urinárias, febre por exposição a temperaturas elevadas e risco reduzido de câncer de bexiga nos homens. Claro, que percebem uma sensação geral de bem-estar.

Existem alguns sinais que indicam a necessidade de aumentar rapidamente a quantidade de líquidos a serem ingeridos: confusão mental, delírios, secura da boca, fezes endurecidas ou constipação intestinal, pouca urina ou muito tempo sem urinar e tonturas. Em algumas pessoas, zumbidos no ouvido, desiquilíbrios repentinos, visão alterada e câimbras podem sinalizar, também, carência hídrica.

Também é importante ficar alerta, aumentar o consumo de bebidas e recorrer a cuidados médicos com maior urgência em casos de vômitos, febre, infecções e diarreia. A pessoa idosa é muito mais vulnerável a alterações do equilíbrio hídrico que o adulto porque seus mecanismos já estão mais lentos e os estímulos levam mais tempo a produzir resultados.

Em síntese, precisamos manter a atenção ligada nas quantidades de líquidos ingeridas e nas perdas dos líquidos eliminados. Este balanço é vital para todos, mas para os idosos as carências devem ser percebidas logo no início e as iniciativas de ajuste precisam ser mais rápidas. Os homens devem ficar mais atentos porque os estudos mostram que, em algumas comunidades, são os homens que apresentam maiores riscos.

As instituições residenciais para idosos podem possuir alertas sonoros ou visuais para que os profissionais cuidadores ofereçam água aos residentes de hora em hora.

Alerta!!! Alerta!!! Alerta!!!