Artesanato brasileiro - Escultura em madeira de Geraldo Fernandes de Oliveira |
Se você quer viver longos anos com poucas doenças e muita vitalidade, a receita é essa mesma: mexa-se.
Você
já reparou em uma criança de quatro ou cinco anos a mexer-se?
Ela não para, corre, salta, pula, deita-se, levanta-se e corre outra
vez. O seu corpinho está a desenvolver seus músculos, a pôr seus
ossos a crescer, a lubrificar as articulações, a fortalecer tendões
e a alimentar as células de todos os órgãos. Poucos anos depois,
seus movimentos são mais calmos, os bancos e as obrigações
escolares, a televisão e os jogos eletrônicos são alguns dos
fatores que o obrigam a diminuir sua movimentação. Mesmo assim,
anda de bicicleta, faz esportes, participa de jogos com os amigos,
nada, pendura-se em árvores, etc. Seus músculos continuam a
desenvolver-se, ele cresce, fortalece-se e torna-se uma pessoa jovem.
Mais tarde a vida adulta exige-lhe bem menos atividade física e seu
ritmo de exercícios depende de sua profissão e de seu trabalho.
Agora, inicia-se a necessidade
de exercícios físicos complementares
porque
as atividades humanas atualmente exigem menos movimentos se
comparadas às do homem primitivo.
O
corpo humano precisa estar com todas as suas partes sempre em
funcionamento; qualquer órgão sem uso degenera. E os músculos são
peças vitais em todas as partes do corpo. A maioria das funções é
realizada por meio de músculos: respirar, comer, andar, eliminar
fezes, urinar, conseguir que o sangue regue todas as células,
tossir e muitas outras.
O
homem idoso, com menos desafios e vida estável, tende a diminuir
excessivamente seus movimentos e essa diminuição, somada a outras
mudanças ocasionadas pela idade, torna-se um dos fatores mais
influentes para a deterioração de seu corpo. Os músculos vão
substituindo rapidamente a massa pela gordura perdendo força e
agilidade; as articulações vão sendo lubrificadas cada vez com
mais dificuldade, as infecções vão originando as artrites, os
tecidos param de se renovar e aparecem as artroses, as falhas na
velocidade das circulações sanguínea e linfática diminuem o
metabolismo, a oxigenação celular, a eliminação dos resíduos
orgânicos, ou seja, as deteriorações crônicas vão conspirando
contra a integridade física e mental do indivíduo. De forma cada
vez mais rápida, abrangente e grave todos os sistemas vão se
degenerando e atrofiando.
Qualquer
esforço para diminuir a velocidade de instalação desse quadro é
válido e são os exercícios físicos constantes, orientados
corretamente e sistemáticos que podem auxiliar os indivíduos idosos
a viver por mais tempo de maneira saudável. A nossa vitalidade, o
bem estar e a vida ativa dependem de um esforço constante para
afastar a preguiça e nos mexermos muito. Todos nós precisamos tomar
consciência que a inatividade constrói um ambiente pouco adequado
para as células manterem-se saudáveis.
Para
nos ajudar, hoje sabemos que o exercício físico também auxilia a
liberação de substâncias produtoras das sensações de prazer e
bem estar como serotonina. São também os exercícios físicos que
podem auxiliar a desbloquear os mecanismos de produção da endorfina
ou “morfina endógena”, um analgésico natural responsável pelo
controle e diminuição das dores.
Aqueles
que frequentam as academias de musculação conhecem a sensação de
prazer e motivação que se sente imediatamente após uma sessão de
exercícios. Se eu deixo de ir à academia por uns quatro ou cinco
dias instala-se uma “moleza” e tenho que fazer um grande esforço
para vencer a preguiça no primeiro dia de retorno e ganhar, outra
vez, o ritmo diário.
Já
se encontram inúmeros estudos confirmando os benefícios obtidos
pelos idosos que mantêm constantes o seu ritmo de exercícios na
prevenção das doenças crônicas, hipertensão arterial, diabetes,
hipercolesterolemia (colesterol alto) e outras. A recuperação após
uma cirurgia, a recomposição da integridade após qualquer acidente
e a cura de qualquer alteração patológica instalada, pode ser
apressada com a ajuda de exercícios adequados. As últimas pesquisas
sobre os benefícios da atividade física têm demonstrado que, até
na prevenção e cura do câncer, ela traz vantagens. As células que
vivem em ambiente saudável, provavelmente, mantêm-se com maior
saúde e vigor.
Comece
pelo que é simples e não queira tirar o atraso em 1 ou 2 dias.
Realizar uma atividade em pé é melhor que uma sentada e esta ainda
é melhor que deitada. As atividades domésticas exigem andar,
esticar as pernas e os braços, agachar e inclinar-se; são boas para
as articulações mas não chegam porque não obrigam os músculos a
vencer resistências. Jardinagem, artesanato, tratar dos animais
domésticos ou outras da mesma natureza são melhores que ver
televisão, usar o computador, escrever, pintar ou ler. Todas ajudam
e devem ser realizadas se dão prazer, mas não são suficientes. O
mais adequado são os exercícios orientados numa academia, mas
caminhadas, natação, dança, bicicleta, esportes e outros são
muito eficientes se sistemáticos. O ideal são a musculação
orientada por profissionais competentes, 3 ou 4 vezes por semana e
nos dias restantes outras atividades que obriguem os músculos a se
exercitarem mas que também deem prazer. Viagens, passeios e turismo
são muito bem-vindos.
Não
se esqueça que, se um braço (ou uma pequena parte do corpo) está
lesado, o resto do corpo não está e precisa de exercícios. E é
importante considerar que o exercício com um membro auxilia a
recuperação e a manutenção da saúde do corpo inteiro. Para
resolver esse tipo de problema, (“como fazer exercício quando uma
parte está incapacitada?”), podemos pedir o auxílio de
profissionais de educação física ou de fisioterapia que adaptam
alguns exercícios para atender as excepcionalidades; podem-se usar
alguns recursos simples, bola, elásticos, faixas, caneleiras,
halteres e outras similares, para adequar treinamentos.
Boa
ginástica!!!!!