domingo, 1 de setembro de 2019

Mexa-se, mexa-se, mexa-se!!!!



Artesanato brasileiro - Escultura em madeira de Geraldo Fernandes de Oliveira

Se você quer viver longos anos com poucas doenças e muita vitalidade, a receita é essa mesma: mexa-se.
Você já reparou em uma criança de quatro ou cinco anos a mexer-se? Ela não para, corre, salta, pula, deita-se, levanta-se e corre outra vez. O seu corpinho está a desenvolver seus músculos, a pôr seus ossos a crescer, a lubrificar as articulações, a fortalecer tendões e a alimentar as células de todos os órgãos. Poucos anos depois, seus movimentos são mais calmos, os bancos e as obrigações escolares, a televisão e os jogos eletrônicos são alguns dos fatores que o obrigam a diminuir sua movimentação. Mesmo assim, anda de bicicleta, faz esportes, participa de jogos com os amigos, nada, pendura-se em árvores, etc. Seus músculos continuam a desenvolver-se, ele cresce, fortalece-se e torna-se uma pessoa jovem. Mais tarde a vida adulta exige-lhe bem menos atividade física e seu ritmo de exercícios depende de sua profissão e de seu trabalho.
Agora, inicia-se a necessidade de exercícios físicos complementares
porque as atividades humanas atualmente exigem menos movimentos se comparadas às do homem primitivo.
O corpo humano precisa estar com todas as suas partes sempre em funcionamento; qualquer órgão sem uso degenera. E os músculos são peças vitais em todas as partes do corpo. A maioria das funções é realizada por meio de músculos: respirar, comer, andar, eliminar fezes, urinar, conseguir que o sangue regue todas as células, tossir e muitas outras.
O homem idoso, com menos desafios e vida estável, tende a diminuir excessivamente seus movimentos e essa diminuição, somada a outras mudanças ocasionadas pela idade, torna-se um dos fatores mais influentes para a deterioração de seu corpo. Os músculos vão substituindo rapidamente a massa pela gordura perdendo força e agilidade; as articulações vão sendo lubrificadas cada vez com mais dificuldade, as infecções vão originando as artrites, os tecidos param de se renovar e aparecem as artroses, as falhas na velocidade das circulações sanguínea e linfática diminuem o metabolismo, a oxigenação celular, a eliminação dos resíduos orgânicos, ou seja, as deteriorações crônicas vão conspirando contra a integridade física e mental do indivíduo. De forma cada vez mais rápida, abrangente e grave todos os sistemas vão se degenerando e atrofiando.
Qualquer esforço para diminuir a velocidade de instalação desse quadro é válido e são os exercícios físicos constantes, orientados corretamente e sistemáticos que podem auxiliar os indivíduos idosos a viver por mais tempo de maneira saudável. A nossa vitalidade, o bem estar e a vida ativa dependem de um esforço constante para afastar a preguiça e nos mexermos muito. Todos nós precisamos tomar consciência que a inatividade constrói um ambiente pouco adequado para as células manterem-se saudáveis.
Para nos ajudar, hoje sabemos que o exercício físico também auxilia a liberação de substâncias produtoras das sensações de prazer e bem estar como serotonina. São também os exercícios físicos que podem auxiliar a desbloquear os mecanismos de produção da endorfina ou “morfina endógena”, um analgésico natural responsável pelo controle e diminuição das dores.
Aqueles que frequentam as academias de musculação conhecem a sensação de prazer e motivação que se sente imediatamente após uma sessão de exercícios. Se eu deixo de ir à academia por uns quatro ou cinco dias instala-se uma “moleza” e tenho que fazer um grande esforço para vencer a preguiça no primeiro dia de retorno e ganhar, outra vez, o ritmo diário.
Já se encontram inúmeros estudos confirmando os benefícios obtidos pelos idosos que mantêm constantes o seu ritmo de exercícios na prevenção das doenças crônicas, hipertensão arterial, diabetes, hipercolesterolemia (colesterol alto) e outras. A recuperação após uma cirurgia, a recomposição da integridade após qualquer acidente e a cura de qualquer alteração patológica instalada, pode ser apressada com a ajuda de exercícios adequados. As últimas pesquisas sobre os benefícios da atividade física têm demonstrado que, até na prevenção e cura do câncer, ela traz vantagens. As células que vivem em ambiente saudável, provavelmente, mantêm-se com maior saúde e vigor.
Comece pelo que é simples e não queira tirar o atraso em 1 ou 2 dias. Realizar uma atividade em pé é melhor que uma sentada e esta ainda é melhor que deitada. As atividades domésticas exigem andar, esticar as pernas e os braços, agachar e inclinar-se; são boas para as articulações mas não chegam porque não obrigam os músculos a vencer resistências. Jardinagem, artesanato, tratar dos animais domésticos ou outras da mesma natureza são melhores que ver televisão, usar o computador, escrever, pintar ou ler. Todas ajudam e devem ser realizadas se dão prazer, mas não são suficientes. O mais adequado são os exercícios orientados numa academia, mas caminhadas, natação, dança, bicicleta, esportes e outros são muito eficientes se sistemáticos. O ideal são a musculação orientada por profissionais competentes, 3 ou 4 vezes por semana e nos dias restantes outras atividades que obriguem os músculos a se exercitarem mas que também deem prazer. Viagens, passeios e turismo são muito bem-vindos.
Não se esqueça que, se um braço (ou uma pequena parte do corpo) está lesado, o resto do corpo não está e precisa de exercícios. E é importante considerar que o exercício com um membro auxilia a recuperação e a manutenção da saúde do corpo inteiro. Para resolver esse tipo de problema, (“como fazer exercício quando uma parte está incapacitada?”), podemos pedir o auxílio de profissionais de educação física ou de fisioterapia que adaptam alguns exercícios para atender as excepcionalidades; podem-se usar alguns recursos simples, bola, elásticos, faixas, caneleiras, halteres e outras similares, para adequar treinamentos.
Boa ginástica!!!!!