Coleção de xícaras antigas de várias épocas e locais |
Sopas, caldos, sucos, sumos,
água de coco, chás, água, refrigerantes, coalhadas, iogurtes, café, leite e
outros são alguns dos líquidos que ingerimos para repor o que gastamos e ainda
podemos acrescentar frutas, legumes, carnes e peixes suculentos. Assim, pelo
consumo alimentar conseguimos oferecer ao organismo a quantidade de líquidos
necessária. Por outro lado, pelos órgãos de eliminação conseguimos excretar os
resíduos líquidos resultantes do metabolismo fisiológico (urina, fezes,
lágrimas, suor e saliva).
Este processo de entrada e saída
precisa estar muito bem monitorado e controlado para preservar a vida. Os
líquidos que entram são responsáveis pelo transporte dos nutrientes para
alimentar as células e os líquidos que são expelidos descartam os resíduos
celulares para serem eliminados. Portanto, todos os órgãos podem ser atingidos
por qualquer alteração no equilíbrio hídrico ou homeostase. O descontrole da
homeostase resulta em desidratação ou hiper-hidratação, alterações que
ocasionam grandes malefícios ao corpo humano. O problema mais comum entre as
pessoas de muita idade é a desidratação.
Segundo os
cientistas a pessoa idosa tem seu corpo composto por aproximadamente 50% de
líquidos, ou seja, metade do que somos é líquido. O aporte líquido adequado conserva
todos os mecanismos em funcionamento, incluindo a função cerebral, preserva as
estruturas dos tecidos e mantém estável a temperatura do corpo humano.
A
necessidade de líquidos pode mudar de indivíduo para indivíduo, mas existem
alguns padrões estabelecidos pelos estudiosos e cientistas que podem ajudar na
manutenção da vida saudável. A EFSA (European Food Safety Authority) recomenda
a ingestão diária de 2,5 litros de água para homens e 2,0 litros para mulheres
considerando o consumo de líquidos e alimentos. Essa quantidade deve ser aumentada
em caso de temperaturas ambientais mais altas, atividades e exercícios físicos
e o vestuário. Nos idosos esses valores também são válidos. O que altera é a
rapidez para se tomarem medidas de ajuste ou adequações. Nos idosos as
intervenções devem ser mais rápidas.
As pessoas
de muita idade saudáveis devem beber mesmo sem ter sede, devem estar bem
informadas sobre este assunto, precisam estar atentas aos fatores
desencadeantes da desidratação, não beber uma grande quantidade de uma só vez
para não causarem distensão gástrica e fazer uso de bebidas e alimentos muito
variados para atender todas as suas necessidades.
Além disso,
o Ministério da Saúde, desde 2006, aconselha que se evitem refrigerantes e
bebidas industrializadas e que se opte por água tratada, filtrada ou fervida
para beber e preparar alimentos.
Com a idade surgem algumas alterações
fisiológicas próprias do envelhecimento que dificultam a manutenção do
equilíbrio hídrico e que nos obrigam a ficar mais atentos. A sensação de sede
que deve sinalizar a necessidade de ingestão hídrica está mais demorada e menos
perceptível, a incapacidade física está mais limitante impedindo por vezes o
acesso ao líquido e o uso de alguns medicamentos (diuréticos e laxantes) que
aumentam as perdas de água. O consumo de
líquidos também pode ser afetado pela existência frequente de problemas de dor,
de visão e de deglutição. Uma baixa ingestão alimentar, o aparecimento de
alterações cognitivas, o uso de sedativos e o medo da incontinência urinária
são fatores que também podem impedir a ingestão adequada de água. Nesses casos
há necessidade de intervenções mais precisas e bem definidas para que não se
instale uma desidratação
Há vários
estudos científicos que provam que o aporte adequado de líquido está associado
a vários resultados positivos em idosos como menor número de quedas, melhoria
nos níveis de sono durante a noite, menores taxas de constipação intestinal,
confusão mental, delírios, insuficiência renal e infecções urinárias, febre por
exposição a temperaturas elevadas e risco reduzido de câncer de bexiga nos
homens. Claro, que percebem uma sensação geral de bem-estar.
Existem
alguns sinais que indicam a necessidade de aumentar rapidamente a quantidade de
líquidos a serem ingeridos: confusão mental, delírios, secura da boca, fezes
endurecidas ou constipação intestinal, pouca urina ou muito tempo sem urinar e
tonturas.
Também é
importante ficar alerta, aumentar o consumo de bebidas e recorrer a cuidados
médicos com maior urgência em casos de vômitos, febre, infecções e diarreia. A
pessoa idosa é muito mais vulnerável a alterações do equilíbrio hídrico que o
adulto porque seus mecanismos já estão mais lentos e os estímulos levam mais
tempo a produzir resultados.
Em síntese,
precisamos manter a atenção ligada nas quantidades de líquidos ingeridos e nas
perdas dos líquidos eliminados. Este balanço é vital para todos, mas para os
idosos as carências devem ser percebidas logo no início e as iniciativas de
ajuste precisam ser mais rápidas. Os homens devem ficar mais atentos porque os
estudos mostram que, em algumas comunidades, são os homens que apresentam
maiores riscos.
Alerta!!! Alerta!!! Alerta!!!